Pesquisa: Crise ameaça bipartidarismo na Espanha

A crise econômica ameaça o bipartidarismo do sistema político espanhol, com forte queda na aprovação do governista Partido Popular (PP) e do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), segundo a pesquisa da Sygma Duas publicada nesta quinta-feira (2) no jornal El Mundo.

O panorama se completa com um significativo crescimento da frente de esquerda Izquierda Unida (IU) e da União, Progresso e Democracia (UPyD), terceira e quarta forças políticas do país ibérico, de acordo com esse questionário realizado em mil entrevistas entre os dias 26 ao 28 de dezembro último.

O PP conseguiria 33,3% dos votos, 11,3 pontos a menos que nas eleições gerais de 2011, mas 8,9 pontos acima do PSOE que, com 24,4,%, registraria sua menor votação histórica.

O maior salto dado na preferência é da IU, que atingiria 14,7% de votos, mais do que o dobro dos 6,9 obtido em 2011 e 1,3% a mais que na pesquisa realizada no último mês de novembro pela mesma empresa.

Os pesquisadores atribuem o crescimento da IU ao discurso de seu principal dirigente, Cayo Lara, com alternativas que qualificam como radicais, perante o profundo mal-estar dos mais castigados pela crise.

Ao mesmo tempo, ainda que a pesquisa de 9,9% dos votos ao UPyD, muito acima dos 4,7 atingido nas passadas eleições, ela aponta um retrocesso desse partido com relação a novembro, onde havia registrado 10,1%.

Quantitativamente, aponta que o PP, mesmo não repetindo seu triunfo absoluto de 2011, recuperou 2,7 pontos em relação à pesquisa de novembro, graças a dados positivos da economia e à iminente recuperação defendida pelo Governo.

Também atribui um maior apoio ao setor mais conservador do PP por uma proposta restritiva de reforma à lei de aborto.

No entanto, 63% dos espanhóis qualificou como má ou muito má a atuação do chefe do Governo, Mariano Rajoy, o que inclui 29% dos eleitores do PP, enquanto que o Governo recebe essa mesma qualificação de 68,9%.

O questionário reflete outra nova fuga de votos do PSOE (a maior parte para a IU) o que é atribuído à desconfiança no líder do partido, Alfredo Pérez Rubalcaba, para enfrentar os desafios futuros.

As eleições gerais de 2015 devem ocorrer em um panorama complexo no qual nenhum partido poderá repetir a maioria absoluta conseguida pelo PP.

Fonte: Prensa Latina