Ceará realiza em 2013 o maior número de transplantes da história
Mesmo antes de o ano terminar, o Ceará estabeleceu um novo recorde de transplantes de órgãos e tecidos. Com a realização de 1.308 transplantes em 2013, o Estado superou os 1.295 realizados em 2011, o recorde anterior, desde que a implantação da Central de Transplantes da Secretaria da Saúde do Estado, em 1998.
Publicado 27/12/2013 09:13 | Editado 04/03/2020 16:27
Este ano, até a tarde de quinta-feira (26), foram realizados 260 transplantes de rim, 10 de rim/pâncreas, 29 de coração, 192 de fígado, 8 de pulmão, 51 de medula óssea, 9 de valva cardíaca, 721 de córnea, 27 de esclera e um de osso. Em 2013, o Estado já registra também novos recordes de transplantes de fígado, pulmão e medula óssea.
Além desses recordes, também foram destaques em 2013 os transplantes em crianças e adolescentes. Foram realizados este ano 19 transplantes de rins em crianças e adolescentes de 2 a 19 anos de idade. Assim, o Ceará chegou perto de zerar a fila de espera nessa faixa etária. Só há duas crianças na fila de espera por um novo rim, do total de 360 pacientes ativos na fila. Em 2012, com a demanda ainda reprimida, foram realizados 28 transplantes de rins em crianças e adolescentes, do total de 251 cirurgias do tipo realizadas no Estado, em todas as faixas etárias.
Em crianças e adolescentes, o número de transplantes este ano aumentou no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), da rede Sesa, referência nacional em transplante cardíaco e o único do Norte e Nordeste a realizar transplante cardíaco pediátrico. Em 2012, do total de 29 transplantes, cinco foram realizadas em crianças e adolescentes. Somente no mês de setembro, em apenas três dias, três crianças e adolescentes receberam corações saudáveis no HM.
Nova vida
Seu Valentim Pereira, 56 anos, pai de 5 filhos e dono de uma metalúrgica e um comércio no bairro Varjota agora faz aniversário duas vezes ao ano. Desde 2010, além do dia 10 de setembro, dia do nascimento, também comemora o dia 23 de setembro, data em que passou pelo transplante de fígado no Hospital Geral de Fortaleza e nasceu de novo. Seu Valentim não bebia nem tomava remédios agressivos mas passou a sofrer com uma doença criptogênica que atingia o fígado, que é quando a doença é rara e sem causa conhecida. Durante 7 anos, a vida era de casa pro hospital e do hospital pra casa. Durante esse período, o apoio da equipe de profissionais e da família foi fundamental para lidar com uma situação tão delicada, até que, em 2010, o quadro se agravou e Seu Valentim teve que ser internado de vez no HGF.
Quando já estava há 20 dias na UTI, o ato de solidariedade aconteceu e a melhor notícia chegou. Às 13 horas daquele dia 23 de setembro de 2010, um pai autorizou a doação dos órgãos de seu filho e o tão sonhado momento da cirurgia havia chegado. Às 18 horas do mesmo dia, Seu Valentim deu entrada na sala de cirurgia e 1 hora da madrugada a cirurgia terminou com total sucesso. Depois da recuperação, a vida de Seu Valentim voltou ao normal em todos os sentidos. Ele voltou à ativa e retomou as atividades do dia a dia, como o trabalho e o cuidado com a filha mais nova, Vanessa, de 12 anos. Superado tudo isso, agora a família de Seu Valentim está muito mais unida. Ela ainda não sabe onde vai passar as festas de fim de ano, mas tem a certeza de que todos devem estar juntos para celebrar a vida.
“Quando eu olho a foto dele dias antes do transplante, magro e debilitado, eu me emociono e reanimo. A gente agora passeia, brinca e ri”, afirma Wilma, esposa do transplantado. Apesar disso, a lembrança do ato que permitiu que tudo isso estivesse acontecendo hoje é sempre lembrada. “Se não fosse pela família que assinou o termo autorizando a doação, eu não estaria aqui hoje”, afirma Seu Valentim. E é esse espírito solidário que a Sesa reforça não apenas no Natal, período em que a maioria das pessoas costuma ficar mais sensível, mas durante o ano todo.
Fonte: Governo do Estado