Comunistas querem participar da agenda de reformas no Chile
Neste fim de semana, após uma longa reunião da qual participou o comitê executivo do Partido Comunista (PC) chileno e seis deputados eleitos pelo partido no dia 17 de novembro, a legenda comunicou que está disposta a ocupar cargos no governo de Michelle Bachelet – cuja posse será no dia 11 de março.
Por Victor Farinelli, na Opera Mundi
Publicado 25/12/2013 15:15
A resolução acontece 25 dias antes da data estipulada pela presidente eleita para anunciar todo o seu ministério (15) – um dia antes do início do recesso parlamentário. Segundo informações da imprensa local, os comunistas estariam pleiteando obter três ministérios, entre eles um de grande visibilidade. Os outros cargos estariam em pastas de destaque do governo.
"Levaremos à presidente Bachelet nossa vontade de fazer parte do projeto que defendemos em campanha, e que esperamos seja cumprido à risca, sobretudo a agenda de reformas”, afirmou o presidente do PC chileno, Guillermo Teillier, em referência aos três principais pontos do programa apresentado pela candidata: reforma educacional, reforma tributária e reforma constitucional.
Sobre essa exigência, Teillier foi enfático, dizendo que: “a eleição de Bachelet, assim como a dos seis deputados comunistas, foi devido ao compromisso com as reformas. Por isso, nossa única condição para estar com o governo é a de que elas sejam prioridade”.
Polêmica com o PDC
A participação dos comunistas no futuro governo chileno foi cercada de polêmica quando o ex-deputado e referente do Partido Democrata Cristão (PDC), Gutemberg Martínez, disse que seria um erro oferecer cargos ao PC sem um pronunciamento dos mesmos sobre a situação dos direitos humanos em Cuba e na Coreia do Norte.
Sobre isso, surgiu uma resposta direta, na tarde desta segunda-feira (23), através de Juan Andrés Lagos, um dos membros do comitê executivo do partido: “francamente, não acho que existam violações dos direitos humanos em Cuba, e quem acusa isso está passando por cima de resoluções dos mais importantes organismos internacionais, incluindo as Nações Unidas”.
Um dia antes, o presidente do PDC, o senador Ignacio Walker, tentou colocar fim ao conflito dentro da coligação: “temos claras diferenças com o PC, mas estamos unidos a eles em nome de um bem comum, que é o programa de reformas de Michelle Bachelet”.