Publicado 18/12/2013 06:51 | Editado 04/03/2020 17:07
As sucessivas cassações da prefeita mossoroense refletem o resultado da política de baixo escalão que é praticada em nossa “Terra Brasilis”, onde o povo é tratado como massa de manobra e submetido ao poder econômico dos chefes políticos da hora. O tão conhecido “curral eleitoral” não deixou de existir e, com algumas derivações, toma conta do processo político na atualidade.
O que esperar dos tantos recursos apresentados pela defesa da agora prefeita cassada Claudia Regina? Será que esse momento não seria de reflexão e autocritica? Particularmente não acredito em reversão do processo. Sei que do ponto de vista jurídico ainda existe sobrevida, mas do ponto de vista político acredito que o processo já foi consumado e o desgaste é um dos pontos cruciais ao seu retorno.
Ainda, é importante frisar que todo esse desgaste político e, sobretudo, administrativo deveria estar sendo tratado pela imprensa de forma clara e didática. Mas, o que se vê é um processo de esconde-esconde de fatos, onde quem deveria informar é quem menos informa os acontecimentos reais. Tratar de forma didática nada mais é do que mostrar os fatos e ajudar a população a entender que processos como esses na política devem ser rechaçados para que não se repitam num futuro próximo.
Os mossoroenses, em todos os cantos, ficam se perguntando qual o destino do município? Não se vê as massas articuladas defendendo a prefeita cassada quanto a sua permanência no Palácio Rodolfo Fernandes, muito menos, infladas contra esse jogo de empurra que o TRE – Tribunal Regional Eleitoral promoveu para julgar os recursos impetrados contra as decisões monocráticas. Isso, mostra claramente, que esse processo está a anos-luz de cada cidadão comum de nossa futura metrópole.
Essa apatia política é fruto e obra de todos que fazem a política virar circo. Também, é fruto de todos que tem a convicção que algo precisa mudar, mas continua insistindo em ficar de braços cruzados esperando a banda passar. Ainda, é fruto desse sistema político esgotado que não sofre mudanças significativas capazes de devolver ao povo a vontade de se fazer política. É nesse caminhar que a cada dia a grande maioria, em todos os campos, não contribui com a arte de fazer política.
É notório que esse processo eleitoral em Mossoró é uma peça que deveria servir de aprendizado para o povo, mas que ao final teremos apenas, pela primeira vez, uma prefeita cassada em Mossoró e um processo de eleição suplementar. Infelizmente é esse o resultado de todo esse estágio democrático para o povo dessa terra onde a padroeira, Santa Luzia, é a protetora daqueles que não enxergam.
Por fim, olhando para a pessoa pública de Claudia Regina imagino que ela poderia tomar uma decisão forte em sua vida ao romper com as amarras que lhe proporcionaram a ascensão e queda, dessa forma, dando um passo ao recomeço político.
É mister perguntar, a prefeita cassada tem coragem de abrir um novo flanco, de forma independente na política mossoroense, e apoiar alguém que não faça parte do ciclo vicioso da política local para substitui-la no Palácio Rodolfo Fernandes? Para mim é uma questão de coragem e de sobrevivência na vida pública. Ainda, digo, que não pode ser qualquer um, precisa ser alguém tenha vida própria e, sobretudo, seja capaz de administrar com o povo.
Essas são minhas impressões sobre esse tumultuado processo eleitoral. Mesmo, assim, acredito que o povo de Mossoró poderá sair maior e melhor após todo esse imbróglio político. O tempo é escasso, mas existe. Porém, isso depende de você, do seu vizinho, do meu amigo, de mim e da imprensa livre e democrática dessa terra.
*Gutemberg Dias
Presidente Municipal do PCdoB