Renato Rabelo participa do Encontro de Jovens Feministas
O presidente nacional do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, participou neste domingo (15) do 1º Encontro de Jovens Feministas da UJS, em Brasília-DF. Leia abaixo o depoimento publicado em seu blog.
Publicado 16/12/2013 10:26
Estive hoje (15) participando do caloroso 1º. Encontro de Jovens Feministas promovido pela UJS, em Brasília. Presentes na direção da mesa dos trabalhos Maria das Neves, o presidente da UJS, André Tokarski e Virgínia Bastos, presidente da UNE, a presidente Luana Bonone, da ANPG e vários outros dirigentes de organizações juvenis e estudantis.
Falei logo após a exibição de um vídeo gravado pela nossa vice-presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, saudando a reunião, impossibilitada que estava em seu estado (Pernambuco) cumprindo tarefas de representação política. Sobre este importante Encontro de Jovens Feministas, procurei dialogar com os delegados e delegadas presentes da seguinte forma:
“Fiz questão de organizar minha agenda para estar aqui no encerramento vitorioso desta grande iniciativa promovida pela UJS. Duas características importantes sinalizam se um movimento social e político está em consonância com a realidade concreta. O PCdoB se orgulha de ter na sua militância a presença destacada de jovens e mulheres. Isso é um sintoma de um partido atual e contemporâneo, à altura dos desafios e das transformações que queremos realizar no Brasil. Ao visitar os estados e participar dos eventos partidários sempre tenho me colocado a seguinte questão: verificar a presença de jovens e de mulheres. Se estes jovens e as mulheres não se fazem presentes é porque o Partido está burocratizado e estagnado. Mas ao contrário, se a juventude e as mulheres marcam presença — é porque o Partido s oube se renovar e se atualizar. Vivemos um período em que as lideranças femininas vão se impondo em várias organizações estudantis nacionais: temos hoje lideranças mulheres dirigindo a UNE, a UBES, a ANPG e várias entidades estaduais.
Aproveito o ensejo deste encontro para destacar que a tarefa de emancipação social das mulheres e o combate ao machismo não podem ser questões apenas das mulheres, mas devem ser compromissos militantes de todo o Partido. No PCdoB realizamos regularmente conferências nacionais sobre a questão da emancipação das mulheres. As conferências são ambientes importantes para debater problemas fundamentais em nosso Partido, como é o caso da emancipação feminina em nossa sociedade. Precisamos enfrentar e romper as peias que travam o avanço civilizacional no que tange à questão das mulheres, numa história marcada por um pensamento patriarcal típico de uma formação colonial e capitalista como foi e tem sido no caso do Brasil. Precisamos avançar muito mais na construção da democracia brasileira rumo à tr ansição ao socialismo.
Mas para isso é necessário fortalecer o instrumento Partido político e os movimentos sociais. Vamos promover uma grande transformação na secretaria dos movimentos sociais em nosso Partido. Da mesma forma que as forças produtivas avançam com o desenvolvimento tecnológico e científico, as relações de produção também devem se desenvolver na mesma proporção. Será preciso neste sentido valorizar o trabalho — que sempre fica em um segundo plano em relação ao capital — na sociedade capitalista baseada na exploração. Devemos compreender que no processo das lutas de classe, como recentemente destacou o filósofo marxista Domenico Losurdo em sua visita ao Brasil, a emancipação feminina é um importante fator de evolução civilizacional e da história das lutas de classe.
Reafirmo aqui igualmente a importância dos Partidos Políticos na atualidade, como instrumentos políticos insubstituíveis de luta para o povo alcançar o poder, assim como as organizações dos movimentos sociais. Sem Partidos estaríamos envoltos em um caos político sem rumo, mas estes partidos devem se renovar e se atualizar. Lembro neste momento das palavras da presidenta Dilma Rousseff que – em um de nossos últimos encontros em Brasília – nos disse que “o PCdoB conseguiu encontrar um sistema de renovação interna importante”, como se fosse um “forno” que permanentemente produz quadros novos… essa é uma nobre tarefa da nossa juventude.
Devo dizer que neste nosso 13º. Congresso do PCdoB decidimos por uma transição política de renovação da presidência do Partido. E nossa futura presidente será uma mulher, a camarada deputada federal Luciana Santos, que nos deixou a mensagem com que abrimos as atividades de hoje deste Encontro. Este é mais um exemplo da importância que o Partido dá à questão da emancipação feminina. Neste congresso fizemos também um balanço dos 10 anos de governos democráticos e progressistas a partir da posse de Lula em 2003 e do governo de Dilma que lhe deu continuidade. Agora trilhamos uma nova etapa que é mais exigente ainda do que foram estes últimos dez anos.
Se é certo que valorizamos o trabalho nesta década, tiramos milhões de pessoas da condição de miséria, é certo igualmente que teremos que avançar em reformas estruturais necessárias, como a reforma tributária, que promova maior igualdade entre os que contribuem para o crescimento da nação, uma reforma da educação e da saúde, que universalize e coloque em novo patamar de qualidade os serviços públicos nestas áreas, uma reforma urbana que dê melhores condições de moradia e de mobilidade às trabalhadoras e trabalhadores das grandes cidades do país, uma reforma política democrática, que garanta a pluralidade partidária e o fortalecimento dos partidos com financiamento público exclusivo de campanhas. Todas estas reformas estruturais já havíamos consagrado em nosso Programa Socialista, bem antes das manifestações de junho último.
Por fim, preciso destacar o importante papel das entidades estudantis nacionais nas lutas por bandeiras como os 10% do PIB para a educação, e os 100% do Fundo Social do Pré-Sal também para a educação. Vocês conseguiram convencer a presidenta Dilma Rousseff com estas bandeiras que a UNE, a UBES e a UJS defenderam. É isso mesmo, precisamos de grandes recursos e grandes investimentos para a educação. Educação de qualidade e para todos! Assim como foi a luta por mais recursos para a educação, destaco a luta de certo tempo atrás no que se refere ao voto aos 16 anos, luta pela qual a UJS se notabilizou influenciando a sociedade brasileira e o próprio Partido naquela época. Meus sinceros votos de êxito nos trabalhos deste Encontro.
Viva o 1º. Encontro das jovens feministas!
Viva a UJS!”
Fonte: Blog do Renato Rabelo