"Mandela foi guerreiro da liberdade", diz presidente sul-africano
O presidente sul-africano, Jacob Zuma, afirmou que Nelson Mandela foi um líder único e que "não há ninguém como ele" durante seu discurso no funeral oficial do falecido líder nesta terça-feira (10).
Publicado 10/12/2013 12:31
Depois de muitas pessoas já terem deixado o estádio e sob um misto de aplausos e vaias, Zuma leu o discurso em que agradeceu aos representantes de todo o mundo pela presença na homenagem a Mandela. "Nós nos sentimos mais fortes porque estamos sendo confortados por milhões ao redor do mundo", afirmou. "Hoje o mundo presta homenagem ao maior filho da África do Sul", disse Zuma.
Zuma lembrou a trajetória de Mandela e salientou sua importância para a formação de uma África do Sul democrática. "Madiba não é chamado o pai da nação apenas por razões políticas, mas porque estabeleceu as fundações da África do Sul", disse Zuma, o terceiro presidente negro do país. "Houve muitos momentos em que ele trouxe nossa nação de volta da beira da catástrofe."
Zuma lembrou que Mandela foi um "guerreiro da liberdade sem medo" que se recusou a permtir que o Estado do apartheid permanecesse em seu caminho e saudou a luta que levou Mandela à prisão, em 1964. "Como advogado, ele sabia as consequências de suas ações, mas também sabia que nenhum sistema injusto duraria para sempre", disse.
"Mandela esteve na linha de frente de uma mudança radical nesse país. Ele pagou com a prisão por suas crenças e ações", disse. "Mandela foi um líder corajoso. Líderes corajosos têm a capacidade de abandonar preocupações estreitas por sonhos maiores."
Zuma afirmou que, mesmo preso, o nome de Nelson Mandela permaneceu vivo. "Ele continuou a inspirar o nosso povo de dentro dos muros da prisão." Ele também ressaltou a capacidade de Mandela de negociar, mesmo preso, com os "inimigos" e de demonstrar sua liderança única ao permitir que colegas de detenção fossem libertados antes que ele.
O presidente sul-africano considerou a libertação de Mandela, em 1990, como um marco do século 20. "Sua libertação da Prisão Victor Vester em 11 de setembro de 1990 foi um dos momentos mais memoráveis e tocantes da história mundial."
Zuma afirmou que, a partir da libertação da Mandela, o povo que era visto como "párias em sua terra natal" pôde ver os sinais da liberdade pela primeira vez. Ele ainda lembrou que, nesta quarta-feira, completam-se 20 anos do dia em que Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz ao lado do então presidente sul-africano F. W. De Klerk.
Fonte: Portal Terra