Karzai acusa EUA de se comportarem como potência colonial
O presidente afegão, Hamid Karzai, acusou nesta terça-feira (10) os Estados Unidos de comportarem-se como uma potência colonial, em resposta às pressões de Washington para que firme imediatamente o acordo bilateral de segurança.
Publicado 10/12/2013 18:49
Karzai condenou as expressões formuladas por James Dobbins, enviado especial da Casa Branca para o Afeganistão e Paquistão, que afirmou que sem um acordo entre Cabul e Washington não haverá paz no país asiático.
Segundo o chefe de Estado, a insistência de Dobbins pela assinatura do tratado poderia ser interpretada como uma velada ameaça da Casa Branca de que utilizará seu poderio para causar problemas internos.
"Eles não podem nos colocar contra o muro para conseguir seus interesses", disse Karzai, e agregou que para este caso do acordo, a política estadunidense se parece com a de uma potência colonizadora.
O presidente afegão entrou em contradição com os estrangeiros que o colocaram no poder em 2001, pouco depois da invasão e posterior ocupação estrangeira.
Em um raro exercício eleitoral, pois realizou-se em um país ocupado, Hamid Karzai ganhou as eleições presidenciais de 2007, por isso não pode se candidatar para as de abril de 2014 porque a Constituição afegã – também instalada pelos ocupantes – proíbe três mandatos seguidos.
Representantes estadunidenses de alto escalão, entre eles o secretário de Estado, John Kerry, e a assessora Susan Rice tentaram convencer o dirigente afegão de que o melhor é selar o acordo bilateral antes de terminar o ano.
Porém, Karzai mantém sua postura de adiar a assinatura para depois das próximas eleições, enquanto tem demandado o cessar imediato das operações militares norte-americanas e mais passos concretos para facilitar o processo de paz entre Cabul e o movimento guerrilheiro do Talibã, a fim de acabar com a guerra.
Fonte: Prensa Latina