Governo deu ordens para reaver prédio da prefeitura de Kiev
Os policiais ucranianos receberam uma ordem para libertar a prefeitura de Kiev e a Casa dos Sindicatos dos grupos que assaltaram as instituições, relata a agência LIGABusinessInform. Segundo a agência, a ocupação de ambos os edifícios será realizado na noite de 10 de dezembro. No entanto, não foram divulgados mais detalhes da operação planejada.
Publicado 09/12/2013 19:54
Os edifícios estão ocupados desde o início das manifestações que interromperam as atividades políticas do país, após a recusa do governo de assinar uma aliança econômica com a União Europeia, preferindo uma união aduaneira com a Rússia.
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A oposição ao governo, de cunho pró-ocidental e insuflada pela União Europeia, resolveu partir para as ruas e ocupar os prédios da administração pública, com a intenção de paralisar o país.
Deputados do partido das Regiões, governista, denunciaram que "ativistas" ocidentais foram para a Ucrânia nos últimos 7 dias para dirigir e agitar os manifestantes.
Um dos eventos dirigidos por tais "ativistas" resultou na derrubada de uma estátua de Lênin, situada em uma praça no centro de Kiev, como se o socialismo ainda estivesse vigente no país ou a imagem do ex-líder soviético tivesse qualquer reponsabilidade com o fracasso da economia capitalista vigente na Ucrânia atual.
Elementos neofascistas foram presos após os atos de vandalismo. Segundo a polícia, são ligados ao partido de extrema-direta Svoboda (Liberdade, em ucraniano), que pretende impor um governo ultranacionalista, xenófobo e racista no país.
Um site ligado ao partido exibia no sábado um artigo cujo título resumia o pensamento de seus mentores: "Nacionalistas da Ucrânia fazem os judeus gritarem".
PC da Ucrânia condena vandalismo
Em nota publicada no site do Partido Comunista da Ucrânia, o líder da organização, Piotr Simonenko, condena o ato de vandalismo e aponta que, por trás dele, está a incitação ao ódio, a tentativa de atemorizar os que pensam diferente e a tentativa de destruir o Estado ucraniano por qualquer meio.
"A destruição do monumento a Lênin em Kiev não se trata de um simples ato de vandalismo, é o testeminho de que o principal objetivo dos organizadores e instigadores dos atuais atos de protesto não é a luta por valores europeus, mas sim a incitação ao ódio, atemorizar os que pensam diferente, destruir o Estado ucraniano por todos os meios, até chegar à divisão do território", declarou Simonenko.
O líder dos comunistas ucranianos sublinhou que, sob a defesa da "eleição europeia", os líderes da oposição, apoiados financeira e politicamente por Bruxelas e Washington, nessa luta para chegar ao poder, utilizam grupos de vândalos extremistas, ultras neonazis, "que recorrem à provocação e à violência".
"Me dirijo àqueles que foram defender pacificamente seu direito de decidir: não caiam em provocações, não ajudem aqueles que, ocultando-se atrás de estudantes e adolescentes que servem como escudos vivos, estão dispostos a arrasar com tudo a seu redor. Faço-lhes uma conclamação: não façam o jogo deles, que usam a justa indignação dos que vivem na miséria, que usam as esperanças e sonhos dessas pessoas como carne de canhão nessa batalha por poder e dinheiro. Lembrem-se de 2004, lembrem nas promessas que fizeram naquela época nessa mesma praça Maidan, e vejam em que tudo terminou", finaliza Simonenko.
Com agências