Partido oficial denuncia tentativa de golpe na Ucrânia
O Partido das Regiões, força política governante na Ucrânia, garantiu nesta quarta-feira (4) que os dramáticos eventos dos últimos dias confirmam as intenções da oposição de inaugurar uma fase ativa de luta para forçar a tomada do poder.
Publicado 04/12/2013 06:47
Um documento do citado partido, distribuído desde a madrugada aos meios de comunicação, adverte que esses são os planos dos grupos de extremistas que ocupam prédios oficiais, incluídos o da Câmara de Kiev e a Casa dos Sindicatos.
O Partido das Regiões está particularmente preocupado "pela insistência com que os golpistas pretendem livrar-se de sua responsabilidade na organização de provocações cruentas", agrega o texto.
O documento diz ainda que está sendo empregada uma lógica quase criminosa e um pensamento extremista para invadir os edifícios oficiais em meio a uma torrente de injúrias, e para a confrontação agressiva com os agentes da ordem.
Diante desta situação o Partido das Regiões recorre ao Procurador Geral com a exigência de que emita uma avaliação legal imparcial sobre a ocupação arbitrária dos edifícios públicos.
Igualmente, a nota adverte para as ações dos autoproclamados corpos governamentais representativos das regiões da Ucrânia Ocidental, que atentam contra a integridade territorial do país e incitam a inimizade entre as regiões e a deliberada sabotagem contra as decisões das estruturas centrais de poder.
Na terça-feira (3), o porta-voz do ultranacionalista partido Svoboda (Liberdade), Oleg Tiagnybok, confirmou em um comício na Praça da Independência que as forças antigovernamentais continuarão bloqueando as instituições do Estado nacional.
Continuam o bloqueio e a greve em Kiev, enfatizou o político conservador, que antecipou que um aumento dos participantes nos protestos permitirá intensificar o cerco aos órgãos do poder estatal.
"Nossa intenção é continuar a greve e bloquear também os órgãos de governo local", reiterou.
O curso dos acontecimentos confirma que a oposição ucraniana transformou a aparente insatisfação com a política a respeito da integração europeia em censura contra o gabinete ministerial e a exigência da demissão do governo.
De fato, os protestos em massa pró-europeus liderados pelos partidos Batkivchina, Udar (Golpe) e Liberdade se radicalizaram com as ocupações de edifícios públicos em Kiev e as ameaças de tomar o Parlamento de assalto.
Neste contexto, o ministro da Defesa, Pavlo Lebediev, assegurou que sua pasta e o Estado Maior das Forças Armadas descartam qualquer envolvimento de seus efetivos contra os manifestantes ou o governo.
Conforme as cláusulas da Constituição, as Forças Armadas não podem ser usadas para limitar os direitos e as liberdades dos cidadãos ou com a finalidade de derrocar o regime constitucional do país, destituir os órgãos de poder ou obstaculizar sua atividade, concluiu o ministro.
Prensa Latina