Tropas de Israel e da Síria trocam disparos no Golã sírio

O Canal 10 de rádio de Israel noticiou que tropas israelenses trocaram tiros com as forças sírias no fim de semana, próximo à passagem fronteiriça de Kuneitra, mas afirmou que os disparos foram uma resposta a ataques sírios contra as forças da ocupação das Colinas de Golã sírias, que Israel ilegalmente declarou anexadas na década de 1980. O apoio das tropas israelenses a grupos armados que lutam contra o governo sírio tem sido denunciado reiteradamente, principalmente nesta região.

soldados israelenses - Haaretz

A emissora de rádio, citada pelo portal Middle East Monitor, afirmou que uma unidade das denominadas Forças de Defesa de Israel (FDI) presentes na fronteira foram alvos de disparos e, por isso, teriam respondido ao ataque. Os pretextos baseados na alegação de autodefesa estão na base da política agressora israelense.

O jornal Ma’ariv também relatou que projéteis de morteiros foram disparados pelas tropas sírias contra o “lado israelense” do território sírio ilegalmente ocupado desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

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Em agosto, a movimentação de um número maior de tropas israelenses em direção ao território sírio também foi ressaltado, enquanto autoridades israelenses afirmavam a "inevitabilidade" de um envolvimento na então iminente intervenção militar promovida principalmente pelos EUA contra a Síria.

Além disso, as constantes violações israelenses do espaço aéreo e das fronteiras sírias são continuamente denunciadas, embora a Organização das Nações Unidas (ONU) mantenha na região uma Força das Nações Unidas para a Observação do Desengajamento (UNDOF, na sigla em inglês) desde 1974, logo após a chamada Guerra Árabe-Israelense de 1973, principalmente entre Egito, Síria e Israel.

Os “observadores” (estatuto dos soldados da missão de observação do cessar-fogo, ou seja, de “manutenção da paz”, sem autorização para envolver-se em combates) foram enviados para monitorar “uma área de separação”, e o mandato da missão foi ampliado e estendido pelo Conselho de Segurança em junho, para ficar na região por mais seis meses.

A missão teve sua estrutura abalada com a crescente violência na região fronteiriça, que levou a Áustria a anunciar a retirada de seus 377 efetivos, em junho. No mesmo mês, a República das Fiji enviou 501 soldados para a substituição dos austríacos e para o aumento do contingente.

Os ataques de grupos armados que atuam na Síria contra a missão têm sido ressaltados como um grande fator de risco para as tropas internacionais. Além disso, também é frisado o apoio de Israel, da Arábia Saudita, da Turquia e do Catar a estes grupos, muitos compostos por mercenários estrangeiros e islamitas que conduzem atos de terrorismo, em confrontos contra as tropas do Exército sírio.

Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho