Sem energia em Gaza, palestinos vivem "situação catastrófica"
A falta de energia elétrica no território palestino faz com que 1,7 milhão de residentes da Faixa de Gaza enfrentem uma “situação quase catastrófica” em relação ao acesso a serviços básicos, segundo informou nesta terça-feira (26) a Organização das Nações Unidas (ONU).
Publicado 26/11/2013 14:42
De acordo com o relator especial da ONU para os Direitos Humanos, Richard Falk, a saída de operações humanitárias está sendo prejudicada, pois a única usina de energia em Gaza sofre interrupções 18 horas por dia, enfatizando a crise na região que está sob bloqueio israelense desde 2006.
A falta de combustível é uma das principais consequências da suspensão do serviço elétrico, que “tem sido limitado em seis horas diárias, atingindo a infraestrutura do sistema de saúde pública, além do abastecimento de água e saneamento”, disse Falk.
O relator da ONU disse ainda que os mais prejudicados são os pacientes vulneráveis, que sofrem com a interrupção da assistência especializada. Bancos de sangue, centros cirúrgicos, incubadoras e unidades de tratamento intensivo ficam à mercê da falta de eletricidade.
“Além disso, ao longo das últimas duas semanas, cerca de três mil pessoas, incluindo crianças, tiveram que conviver, no bairro de Az Zeitoun, com ruas alagadas de detritos após a saturação do principal processador de esgoto desta área, por conta dos cortes de energia”, denunciou.
O especialista demonstrou ainda preocupação com a mudança climática: “A chegada do inverno seguramente irá dificultar ainda mais a situação em Gaza, onde o serviço básico de eletricidade opera com apenas a metade de sua capacidade”.
“Não podemos esquecer que a causa principal deste cenário é o bloqueio ilegal de Israel”, afirmou Falk que lembrou que a comunidade internacional também é responsável pela adoção de medidas que ajudem as pessoas em Gaza.
A Assembleia Geral das Nações Unidas acolheu um debate sobre a questão palestina, a fim de concluí-lo nesta sexta-feira (29), no Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Árabe.
Entidades como o Movimento dos Países Não-Alinhados, a União Africana e Organização de Cooperação Islâmica, além de países, como Cuba, Nicarágua e Índia, exigiram um fim à ocupação israelense e suas ações ilegais.
No foro, houve consenso sobre a necessidade de resolver o conflito histórico com a criação de um Estado palestino, soberano e membro de pleno direito das Nações Unidas, que conviva em paz e segurança com o seu vizinho Israel.
Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina