Contag completa 50 anos e reafirma luta pela reforma agrária
A luta histórica dos trabalhadores rurais brasileiros foi lembrada durante a cerimônia de homenagem dos 50 anos da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), realizada nesta quinta-feira (21), na sede da entidade, em Brasília. O presidente da CTB, Adilson Araújo, e demais diretores da central sindical participaram do evento, que foi marcado por emoção e a reafirmação do compromisso da Confederação na luta pela reforma agrária.
Publicado 22/11/2013 15:56
Antes da abertura oficial da sessão solene, foi realizada uma apresentação com fotos da trajetória de lutas dos trabalhadores rurais e a entrada da bandeira da Contag carregada pelos ex-presidentes da entidade. O momento foi embalado ao som da música “Ordem e Progresso”, de Beth Carvalho. A emoção tomou conta dos participantes, que lotaram o auditório Margarida Alves, da Contag. Na ocasião, as lutas ao longo dessas cinco décadas foram também lembradas com a exibição de vídeo com depoimento do atual e dos ex-presidentes da Confederação.
Para o presidente da CTB, as conquistas da Contag foram possíveis por contar com “gigantes” que lutaram em defesa dos trabalhadores rurais. “Esse ato só reforça o quanto foi e é importante o trabalho dessa Confederação. Os 50 anos de luta da Contag se confundem com as comemorações da CLT e da Constituição brasileira”, que completaram, também em 2013, 70 e 25 anos, respectivamente.
Adilson Araújo também destacou que é preciso levantar a bandeira da democracia e lutar pelo desenvolvimento econômico e agrário. “Foi muito impactante lutar para que fosse possível construir a democracia. Hoje nós estamos num curso importante da vida nacional. Foi muito bom que nesse decênio pudéssemos garantir a valorização do salário mínimo. Mas, vai ser ruim se não pudermos garantir a valorização do trabalhador rural”, afirmou o dirigente.
Longa caminhada
O presidente da Contag, Alberto Ercílio Broch afirmou que enquanto tiver uma injustiça no campo, a Contag estará presente. “Foram muitas as lutas. Nós não tínhamos nada, éramos completamente esquecidos, sem nenhum tipo de direitos. E nós conquistamos muito nessa caminhada.”
Broch destacou algumas conquistas: “Eu simbolizaria em três questões centrais. Uma delas é o direito de homens e mulheres trabalhadores rurais poderem se aposentar, as mulheres aos 55 anos e os homens aos 60. Outra foi a luta por política agrícola diferenciada, da luta do Pronaf, do acesso ao crédito e a luta por dignidade, por reconhecimento de uma categoria que estava tão abandonada”.
O secretário de Meio Ambiente da Contag e da CTB, Antoninho Rovaris, reforçou a importância da central na luta dos trabalhadores rurais. “A CTB é o grande instrumento de ascensão da agricultura familiar, especialmente do meio rural dentro de uma grande central. A nossa Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras é o grande instrumento político em busca de melhores condições de vida para o campo”, disse o dirigente.
No mesmo sentido, a secretária de Trabalhadores(as) da Terceira Idade da Contag e vice-presidente da CTB, Maria Lúcia Moura, elogiou a contribuição das centrais sindicais na história da Contag. “São 50 anos de luta, de resistência do movimento sindical como um todo. As centrais sindicais têm trazido uma contribuição muito grande para nós em relação a esse debate macro. As centrais são muito importantes para essa história também ter acontecido”, comentou.
Também participaram da sessão solene o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; o ministro interino do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Muller; representantes da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (Uita); Ministério a Saúde; Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres da Casa Civil; União Nacional dos Estudantes (UNE); CUT; Instituto Federal de Brasília (IFB); Movimento de Mulheres Camponesas (MMC); Fundação Oswaldo Cruz; e os ex-presidentes e a atual diretoria da Contag, além de autoridades e trabalhadores do campo.
Fonte: Portal CTB
Fotos: Contag