Prisões repercutem na Câmara: base pede justiça para todos
A prisão dos dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) – o ex-ministro José Dirceu, o deputado licenciado José Genoíno (PT-SP) e o ex-tesoureiro Delúbio Soares – condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470 repercutiu no Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (19). A base aliada chamou os petistas de presos políticos e cobrou julgamento para o mensalão mineiro.
Publicado 20/11/2013 10:58
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) fez um discurso em que criticou “a forma com que a Justiça está a se fazer no caso da Ação Penal 470”. Para ela, a Justiça funciona “para alguns, porque outros sequer tiveram os seus delitos apreciados; outros circulam aqui entre nós, sem nenhum tipo de abalo na sua liberdade, enquanto os deputados e os líderes do PT estão a cumprir regime mais gravoso do que o regime definido”.
“Por isso, neste Dia da Bandeira, que a justiça se faça de maneira plena, de maneira verdadeira, e que possa honrar os brasileiros, corrigindo equívocos, mas fazendo com que a justiça seja cumprida de maneira absolutamente legal e fiel aos desígnios constitucionais”, afirmou a parlamentar, uma entre dezenas de outros deputados – da base aliada e da oposição – sobre a prisão dos petistas.
O líder do PT, deputado José Guimarães (CE), que é irmão de Genoíno, disse que o PT não comprou apoio no Congresso, como diz a condenação. “Esse crime o PT não cometeu, porque o PT não é corrupto, e muito menos aqueles presos são corruptos. Se cometeram erros, foram erros da política brasileira, porque ela gera caixa dois e ninguém quer discutir o financiamento público de campanha”, disse Guimarães, que reforçou a tese da defesa de que os petistas cometeram crime eleitoral, não corrupção.
O deputado disse que esteve no Complexo Penitenciário da Papuda (DF) visitando o irmão que, segundo ele, está sendo tratado com desumanidade. Genoíno passou por uma cirurgia cardíaca neste ano e já pediu a prisão domiciliar por questão de saúde. “Ele não pode comer, porque tem problemas de coagulação. Não adianta medicamento sem dieta. Estão praticando as mais altas brutalidades”, disse.
Os deputados Reginaldo Lopes (PT-MG) e Sibá Machado (PT-AC) também manifestaram solidariedade aos petistas. “Assistimos a um escândalo jurídico no país, quando o presidente do STF (Joaquim Barbosa) rasga a Constituição e abusa da autoridade para condenar pessoas inocentes”, disse Sibá.
Oposição reclama
A oposição contestou a tese de julgamento político levantada pelos petistas. O líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), disse que os presos não podem ser tratados como heróis, já que foram condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha. “Não cabe o PT vir aqui enaltecer condenados e os tratar como presos políticos. São políticos presos pela prática da corrupção. Não são heróis, mas prestam desserviço à politica nacional”, disse.
Em resposta aos inisistentes pedidos para que o STF julgue também o mensalão mineiro, anterior ao caso da Ação penal 470, o líder da minoria, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), disse que o partido está pronto para discutir o escândalo de Marcos Valério na campanha do PSDB ao governo de Minas Gerais em 1998. “Eu sei que já tentaram trazer à baila o debate sobre Minas Gerais, sobre outros assuntos. O PSDB está pronto”, disse sobre o caso que está parado no STF.
Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara