Ação Penal 470: Estamos diante de um tremendo erro, diz escritor
Em entrevista à imprensa, um dos maiores escritores do país Fernando Morais comentou o desfecho da Ação Penal 470, reafirma que o dinheiro "desviado" dos cofres públicos era da Visanet (atual Cielo) e foi usado em publicidade; ele diz ainda que os condenados foram submetidos a uma pena adicional por Joaquim Barbosa: a humilhação pública.
Publicado 20/11/2013 10:28
"Sempre fui muito pessimista em relação ao desfecho desse processo. De todas as pessoas que estavam próximas do Zé Dirceu, do Genoino, e de outros, eu sempre fui dos mais céticos, não acreditava que isso terminaria de outra maneira. O desenrolar do processo indicava isso. Agora, o que mais me surpreendeu nisso tudo é essa superexposição a que estão submetidos os presos. Da forma como conduzem as prisões, os deslocamentos, parece haver a nítida intenção de expô-los à execração pública. Da forma como conduzem essas ações nada mais é do impor-lhes uma pena adicional a que eles não estavam condenados", declarou o escritor.
Fernado Morais também comentou sobre o estado de saúde do José Genuíno e afirmou que "em qualquer parte do mundo um cardiopata como ele tem direito a tratamento, assistência médica completa, a uma internação hospitalar, a uma alimentação condizente com o seu estado. E eu li uma entrevista de uma das filhas dele dizendo que ele está comendo sanduíches, porque nem deixam a família levar-lhe comida".
Julgamento Medieval
O escritor falou sobre o documentário “AP 470 – o julgamento medieval” (Assista na TV Vermelho), feito em parceria com o jornalista Raimundo Pereira. Segundo ele, o filme deixa claro o erro judiciário fica absolutamente claro.
"Ele prova e comprova a exaustão que o dinheiro público dessa história, os R$ 74 milhões da Visanet, que constituem o maior montante que, dizem, foi usado no mensalão, na verdade foram empregados no pagamento de publicidade e patrocínios normais do cartão que se chamava Visa e hoje é Cielo". E afirmou: "Quando os ânimos serenarem, o Brasil descobrirá que nós estamos diante de um tremendo erro judiciário".
Da Redação em São Paulo
Com informações do Brasil247