Sucessão: Ibope indica vitória de Dilma no primeiro turno
Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (18) mostra Dilma Rousseff bem à frente da soma de intenções de votos dos demais prováveis candidatos para a disputa de outubro de 2014. Vai ficando cada vez mais concreta a chance de conquista do quarto mandato para o campo avançado, democrático e patriótico.
Por José Carlos Ruy
Publicado 19/11/2013 15:06
Uma medida do desespero que a divulgação da última pesquisa Ibope, que revelou a profundidade da crise da oposição neoliberal, pode ser vista na maneira como a Folha de S. Paulo registrou seu resultado na edição desta terça-feira (19). Porta-voz renitente do anacrônico e cada vez mais rejeitado tucanato, o jornal da rua Barão de Limeira reduziu a notícia a um exíguo canto do caderno Poder: meia coluna, na parte inferior direita da página 10.
A pesquisa divulgada nesta segunda-feira (18) foi feita pelo Ibope em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo e as Organizações Globo. E desenha um cenário gélido para a direita conservadora e neoliberal, cenário em que Dilma Rousseff venceria, no primeiro turno, todos os candidatos da oposição ou “semioposição”.
A única hipótese de levar a eleição para o segundo turno seria uma disputa que a legislação eleitoral não permite. Nela apareceriam todos os principais postulantes à presidência, inclusive Marina Silva e o semi-oposicionista Eduardo Campos, numa situação hoje irrealizável por serem os dois filiados ao mesmo partido, o PSB, e não terem tempo hábil para filiar-se a outro – o prazo de filiação para habilitar as candidaturas da eleição de 2014 terminou no dia 5 de outubro.
Dilma venceria em todos os cenários (veja aqui). No mais provável ela levaria de roldão as postulações de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), com 43% das intenções de voto contra a soma de 21% dos dois candidatos (14% para Aécio e 7% para Eduardo).
A derrota da oposição seria igualmente certa caso a candidata fosse Marina Silva: Dilma teria 42% dos votos, contra o total de 29% da oposição (16% para Marina e 13% para Aécio). A derrota da oposição dos conservadores e da direita se repetiria se o candidato tucano vier a ser José Serra; Dilma teria 41% contra 26% da oposição (19% para Serra e 7% para Eduardo). Mesmo que os candidatos da oposição sejam Serra e Marina, a vitória seria de Dilma, no primeiro turno: ela teria 40% dos votos, contra 32% dos oposicionistas somados (17% para Serra e 15% para Marina).
A oposição só conseguiria levar a eleição para o segundo turno na improvável hipótese de opor, à reeleição de Dilma Rousseff, o conjunto de seus desafiadores: ela teria, nesta hipótese remota, 37% das intenções de voto, contra 39% da soma de seus adversários (14% para Serra, 12% para Marina, 9% para Aécio e 4% para Eduardo) – resultado que, mesmo assim, ficaria na margem de erro de 2% da pesquisa.
A resultado da pesquisa – que, é sempre bom insistir, revela um retrato momentâneo de uma disputa eleitoral que vai ocorrer daqui a um ano, e muita coisa pode acontecer até lá – reflete também a boa, e crescente, aprovação do desempenho da presidenta Dilma Rousseff.
Seu governo é avaliado como "ótimo" ou "bom" por 39% dos eleitores, enquanto 24% o consideram "ruim" ou "péssimo", e 36% o vêm como "regular". Pelos critérios usados nesse tipo de avaliação, Dilma sai na frente com 15 pontos de aprovação, que é a diferença entre os que consideram o governo “ótimo” e “bom” e os que o depreciam como “ruim” ou “péssimo”. É um número favorável considerável!
A pesquisa mostra também o fracasso da oposição em apresentar uma alternativa de poder. As “novidades” que apareceram nas últimas semanas vão revelando sua real dimensão e, rapidamente, degringolando.
Marina Silva tentou aparecer, no começo de outubro, montada sobre os 20 milhões de votos que lhe deram o terceiro lugar em 2010. Tentou, mas a pesquisa mostra o rápido desgaste de sua aventura presidencial. Ela tinha 21% na última sondagem, em outubro, e caiu para 16% nesta (perdeu um em cada cinco apoiadores eventuais).
Na oposição de direita, a confusão (melhor dizendo, a perplexidade) tem nome e sobrenome – José Serra, que aparece na frente do tucano Aécio Neves e da Jânio de saias, Marina Silva.
Dilma Rousseff aparece como a campeã das mudanças, como o comentarista José Roberto de Toledo viu-se na contingência de reconhecer, em artigo publicado em O Estado de S. Paulo. Meio a contragosto, ele registrou que os eleitores querem mudar, mas votam em Dilma que, no mesmo artigo, ele define como sendo “a cara da mudança para 3 em 10 eleitores”.
Toledo não foi exato quanto aos números. Dilma é a cara da mudança para pelo menos 62% dos consultados (23% querem que ela mude totalmente o governo do país, e 38% que mude “muita coisa”); este percentual sobe para 85% se for considerado também os que querem “poucas mudanças” e “continuidade” (23% dos consultados).
A pergunta sobre mudança, na pesquisa, é vaga e nada indica sobre o que os eleitores querem mudar. Perguntou apenas se querem mudanças. Encarado num contexto mais geral, o apelo a mudanças indica seguramente a convicção de que os brasileiros querem avançar nas mudanças que vem sendo implementadas desde a posse de Luís Inácio Lula da Silva em 2003, e que foram o mote principal da eleição de Dilma em 2010.
Dilma indicou sua disposição de tomar este rumo na resposta que deu às manifestações de junho, quando propôs ao país cinco pactos – pela responsabilidade fiscal, com garantia da estabilidade da economia e controle da inflação; ampla e profunda reforma política, com plebiscito e ampliação da participação popular; melhoria no atendimento da saúde; melhoria no transporte público das grandes cidades; melhoria na educação pública.
São mudanças que os brasileiros precisam para melhorar sua qualidade de vida. E compõem o programa que vai reeleger Dilma Rousseff em 2014 e, ao que tudo indica, já no primeiro turno.
Contra este programa de mais e melhores mudanças, a oposição insiste no velho e condenado programa neoliberal, que quer aprofundar o tripé formado por superávit primário; “responsabilidade fiscal” (corte nos investimentos econômicos e sociais do governo) e câmbio flutuante (que sufoca a economia brasileira).
O Brasil é outro, depois de uma década de governos democráticos e populares. E vai mudar ainda mais, em benefício dos brasileiros, da economia do país e da soberania nacional. A pesquisa divulgada pelo Ibope revela que os brasileiros querem aprofundar as mudanças e, para isso, tem a opção certa para 2014 – reeleger Dilma Rousseff para o quarto mandato das forças democráticas, populares e patrióticas.