Exumação de Jango começa; exames podem confirmar assassinato
O processo de exumação do corpo do presidente João Goulart (1919-1976), o Jango, começou por volta das 7h30 desta quarta-feira (13) no cemitério da cidade gaúcha de São Borja, na fronteira com a Argentina.
Publicado 13/11/2013 10:08
O objetivo é verificar as causas da morte do político, deposto pelo golpe militar de 1964. Existe a suspeita de assassinato por envenenamento por forças da ditadura militar (1964-1985). Não houve autópsia quando Jango morreu, exilado na Argentina.
Os responsáveis pela exumação isolaram toda a área do cemitério para evitar a exposição do procedimento. Apenas a imprensa, técnicos e policiais podem circular pela rua em frente ao cemitério.
O jazigo da família Goulart foi coberto com uma tenda e está cercado por panos pretos. Jornalistas tiveram acesso ao local por um breve momento apenas para registrar imagens. A entrada no cemitério está proibida.
Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos), que estão na cidade para acompanhar os trabalhos, devem chegar ao cemitério durante esta manhã.
Policiais e cavalaria reforçam a segurança da área. A única manifestação popular no local é a de um pequeno grupo que exibe faixas e cartazes de protesto contra a ditadura militar. O número de curiosos também é pequeno no início desta manhã.
A previsão é que, à tarde, um cortejo acompanhe o traslado dos restos mortais de Jango, de carro, até o aeródromo da cidade.
De lá, os restos mortais seguirão de helicóptero para uma base militar em Santa Maria, também no Rio Grande do Sul, onde passarão a noite. Na quinta (14) de manhã, serão levados a Brasília, onde serão feitos os primeiros exames.
Fonte: Folha de S.Paulo