Coreia Popular: espionagem dos EUA é ‘abuso dos direitos humanos’
A Coreia Popular protestou, na quarta-feira (6), contra os atos de espionagem dos Estados Unidos, por meio da Agência Nacional de Segurança (NSA). O governo de Pyongyang considera a prática um “abuso dos direitos humanos”. Essa foi a primeira vez que o país se manifestou sobre a questão. Os norte-americanos monitoraram as comunicações de diversos países, inclusive de chefes de Estado e de Governo.
Publicado 10/11/2013 13:41
A declaração da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) foi publicada em editorial da agência norte-coreana de notícias, a KCNA. “Intervir em comunicações secretas como mensagens privadas para espiar é um dos piores abusos dos direitos humanos. O objetivo da espionagem em grande escala a outros países por parte dos Estados Unidos é, obviamente, observar e vigiar todos os movimentos de outros países, recolher segredos de diferentes áreas como política, defesa e economia para conseguir dominar o mundo”, segundo o editorial.
A Coreia Popular é um dos alvos permanentes dos Estados Unidos, ao lado da Venezuela, da China, do Irã, do Iraque e da Rússia, de acordo com publicação do jormal norte-americano The New York Times.
Guerra econômica
Para o ministro para Relações Interiores, Justiça e Paz da Venezuela, Miguel Rodríguez Torres, a espionagem dos Estados Unidos contra o país foram atos “prévios” para “desatar a guerra econômica” na Venezuela.
O jornal americano The New York Times noticiou que a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos espionou a Venezuela, assim como a Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
As acusações sobre a finalidade de da espionagem dos Estados Unidos contra a Venezuela foram feitas pelo ministro venezuelano no encerramento de uma reunião de membros das delegações do Mercado Comum do Sul, o Mercosul. Para ele, o país é um alvo dos EUA por ser um país rico, com a maior reserva petrolífera do planeta.
"Para fazer guerra, em termos militares necessitamos de muita inteligência, muita informação e ninguém faz espionagem sobre o sistema financeiro, fiscal e monetário de um país, só por diversão", disse Rodríguez.
O ministro lembrou também que Edward Snowden, técnico de uma empresa de informática que prestava serviço para a NSA, havia revelado que, em 2007, a Venezuela fazia parte de uma lista de seis objetivos prioritários de espionagem para os Estados Unidos.
Rodríguez é o segundo ministro venezuelano a comentar as denúncias sobre a espionagem dos Estados Unidos. O ministro de Relações Exteriores, Elías Jaúa, falou sobre o assunto ao defender que as conversas para restabelecer as relações diplomáticas entre a Venezuela e os
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Sem perdão
Diante do maior embroglio diplomático dos últimos tempos, o secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, voltou a ser impiedoso com o ex-analista Edward Snowden, que prestava serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA). Para Holder, Snowden não merece “clemência” porque os mecanismos usados para expor preocupações de espionagem não são dignos dela.
Na mesma linha, em entrevista ao diário USA Today, o secretário insistiu que “não existe base” para considerar que Snowden merece ser perdoado. Edward Snowden reuniu-se recentemente com o parlamentar alemão Hans Christian Ströbele, em Moscou, e entregou-lhe uma carta em que pedia clemência do governo dos Estados Unidos, argumentando que iniciou um debate útil sobre se os espiões estavam ultrapassando as suas competências devido ao poder da tecnologia.
Eric Holder admitiu, contudo, que as revelações de Edward Snowden permitiram lançar nos Estados Unidos uma “conversa saudável” sobre as operações e métodos de coleta de informações.
"A discussão em que estamos imersos, creio que vale a pena para determinar como atuar para proteger a privacidade e manter seguros os cidadãos norte-americanos – lembrou, ao considerar que o governo norte-americano deve questionar se o seu sistema de espionagem massivo “tinha ido demasiado longe”.
Com informações do Correio do Brasil