Santos anuncia que "não haverá pausa nas negociações com Farc"
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta semana que não haverá mais uma pausa nas negociações entre o governo e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em Havana, Cuba.
Publicado 09/11/2013 11:45
"Seria irresponsável romper ou fazer uma pausa no momento em que estamos obtendo progressos reais", disse Santos em mensagem pública ao país, na qual celebrou o acordo obtido entre as duas partes sobre o segundo ponto da agenda de negociação: a participação política da guerrilha.
"Seria realmente irresponsável sacrificar a maior oportunidade de paz que este país já obteve por cálculos políticos ou questão de tempo", acrescentou o presidente. A imprensa especulava sobre a conveniência de se suspender as negociações em Havana devido às eleições presidenciais de maio próximo, nas quais Santos tentará um segundo mandato de quatro anos.
"Estamos obtendo resultados, acordos concretos, e este progresso nos permite manter a esperança de que vamos chegar a um porto seguro, o porto da paz".
O governo de Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) completarão no próximo dia 19 de novembro um ano de tratativas na capital cubana. Santos anunciou que agora será negociado o tema das drogas, o terceiro ponto da agenda, e pediu a aceleração do diálogo.
"Quando avançamos, quando há resultados, não é o momento de parar, pelo contrário, é o momento de acelerar, de continuar com mais ânimo, com mais entusiasmo para obter o fim deste conflito de forma definitiva".
"As oportunidades vêm e vão, e esta não podemos deixar passar. Por isto precisamos estar a altura de nossas responsabilidades e da nossa história", disse Santos, lembrando que o povo colombiano dará a última palavra sobre o que ficar acertado em Cuba, "porque qualquer acordo será submetido à aprovação popular".
"Serão vocês os protagonistas da paz, porque esta não será a paz de Juan Manuel Santos ou de um governo, será a paz de vocês, com vocês e para vocês". Ao admitir que o caminho não será fácil e que ainda há muito a percorrer, o presidente salientou que necessita do apoio do povo, de "todos os colombianos neste esforço pelo país".
Além do tema das drogas, os negociadores discutirão ainda armas, indenização das vítimas e o mecanismo de referendo do eventual acordo para acabar com o conflito que se arrasta por quase meio século.
Com informações da AFP