Acadêmicos e políticos debatem em Pequim relações Brasil-China
Acadêmicos, autoridades e especialistas de diversas áreas reuniram-se na sexta-feira (8)m em Pequim para discutir sobre o futuro das relações sino-brasileiras. O evento contou com a presença de pesquisadores brasileiros, da China continental e de Macau.
Publicado 09/11/2013 19:32
O Seminário foi organizado pelo Instituto Brasileiro de Estudos de China e Ásia-Pacífico (Ibecap), o Instituto Internacional de Macau (IIM) e pelo Centro de Estudos dos Países de Língua Portuguesa do Instituto de Estudos Regionais (CEPLP) da Universidade de Economia e Negócios Internacionais (UIBE), que sediou o evento.
O coordenador do evento e diretor geral do CEPLP, professor Dr. Wang Cheng'an, convidou o prof. Dr. Zhao Zhongxiu, vice-reitor da UIBE, que em nome da universidade, deu as boas-vindas aos participantes e desejou êxito ao evento.
O primeiro palestrante, o ex-embaixador da China no Brasil, Chen Duqing, falou da evolução da parceria entre os dois países e destacou que a mesma acaba de entrar em uma nova fase, passados 20 anos do estabelecimento da parceria estratégica sino-brasileira. Para o ex-embaixador, "alguns países do Ocidente não querem, de jeito nenhum, que o Brasil e a China caminhem juntos, temos que ter a certeza disso".
O diretor do Instituto Internacional de Macau (IIM), o Dr. Jorge Rangel, disse que a visão sobre a parceria sino-brasileira deve ser ampliada. Para ele, Macau sempre foi maior do que a sua limitada geografia e "quer estar ligado ao mundo e continuar a ser um entreposto privilegiado entre a China e o mundo lusófono".
Outro macaense, o Dr. José Ângelo Lobo do Amaral, vice-presidente do IIM, destacou como relevante o fato de o seminário, apesar de ocorrer na China, estar sendo realizado em português. Segundo ele, a língua portuguesa é sobretudo "um mundo de afeto" e é essa afetividade que nos une. Ele elogiou ainda a decisão do governo chinês de manter o português como língua oficial de Macau, pois entendeu que Macau sempre foi "um lugar de encontro de culturas, de encontro de homens e de encontro de boas vontades."
O prof. Dr. Severino Bezerra Cabral Filho, Presidente do Ibecap, destacou o atual momento das relações entre Brasil e China, que é o de parceria estratégica de caráter global. Segundo ele, isso significa que essa parceria atinge agora "todo o campo do relacionamento internacional, o campo político, econômico, estratégico, social, cultural…".
Outro aspecto destacado pelo pesquisador brasileiro é que essa é uma parceria entre dois dos maiores países em desenvolvimento. Cabral acredita que o futuro das relações deve ser muito positivo, pois isso é o melhor para os dois países, sendo importante para "criar as condições no século 21 para um mundo mais estável, mais equilibrado, o que pode inclusive evitar confrontos como houve no passado. E essa criação do século 21 é um dos sonhos do Brasil e da China."
O seminário contou ainda com outros palestrantes, como o jornalista Carlos Tavares e o Dr. Bernardo Costa Ferreira, ambos membros do Conselho de Notáveis do Ibecap; o Dr. Ye Zhiliang, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim; a Dra. Zhao Xuemei, diretora geral do Centro de Estudos da América Latina da , o Dr. José Medeiros da Silva, especialista do Departamento de Português da Rádio Internacional da China e Rafael Leme, primeiro-secretário da embaixada do Brasil em Pequim.
Ao encerrar o seminário, que contou com a co-organização da Corporação de Angola Nantong e Clube do Livro Brasil-China, o coordenador do evento, professor Dr. Wang Cheng'an, fez questão de registrar o êxito do evento, muito profícuo no compartilhamento e intercâmbio de ideias.
De Pequim, José Medeiros da Silva, Silviajing, Guo Hao e Liang Ce, da Rádio Internacional da China