José Reinaldo: O PCdoB está na luta contra o terrorismo da mídia

O secretário de Comunicação do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, apresenta ao 13º Congresso do Partido o balanço da "atividade de agitação político-ideológica" e "luta de ideias". Ele assinala que a ação do Partido foi fértil no desenvolvimento dessa batalha, na qual é flagrante a desigualdade de forças entre os inimigos, de um lado, e o PCdoB e o conjunto das forças progressistas, do outro. Segundo o secretário, o Portal Vermelho tem sido um veículo fundamental na luta de ideias.

João Amazonas combatente da luta de ideias
É cada vez mais vasto e poderoso o arsenal de ideias retrógradas e obscurantistas, de que fazem parte também a ideologia e a política da social-democracia. O Partido desenvolveu sua atividade de agitação político-ideológica e de comunicação imerso em uma conjuntura caracterizada por embates entre as forças conservadoras e as progressistas, pela crise do capitalismo, abalos na ordem mundial e por lutas dos povos por sua emancipação nacional e social. 

No Brasil, vive-se um processo de transição, marcado por dez anos de governos progressistas que tentam afiançar-se e avançar em meio a contradições, ziguezagues, fluxos e refluxos, em que se destaca o imenso poder e influência que as classes dominantes e o imperialismo têm sobre a vida política e econômica do país. A atividade de agitação política e de comunicação do Partido se desenvolve neste quadro.

Programa socialista

Tem sido frutífero o esforço dos comunistas e de outras correntes progressistas, socialistas e revolucionárias para abrir perspectivas à luta pelo socialismo no novo contexto deste começo de século, e seu empenho na batalha de ideias. O trabalho da Secretaria de Comunicação consistiu em primeiro lugar em difundir e interpretar o principal referencial de nosso combate político – o Programa Socialista, aprovado no congresso de 2009. No documento, a luta pelo socialismo aparece entrelaçada com as grandes bandeiras nacionais: pelo desenvolvimento, a soberania nacional, o aprofundamento da democracia, a solução dos graves problemas sociais, as reivindicações do povo, as reformas estruturais democráticas. Na medida das nossas possibilidades, empenhamo-nos no combate a todo tipo de unilateralidade e separação metafísica desses componentes essenciais indissociáveis.

Esta visão totalizante de entrelaçamento entre a luta pelo aprofundamento da democracia, pela soberania nacional e pelo progresso social, com o rumo socialista, é que dá ao Partido força e capacidade para promover a unidade e a convergência com amplas forças políticas e sociais, que têm no Programa Socialista uma plataforma de combate, um veículo de pedagogia popular na luta, de elevação da consciência do povo brasileiro, uma bússola orientadora durante longa, acidentada e sinuosa travessia.

Caráter do Partido

Assim, ganhou relevo a atividade da direção coletiva do Partido, em que se insere também a Secretaria de Comunicação, no sentido de formular os lineamentos fundamentais do que chamamos de nova luta pelo socialismo. O nosso referencial ideológico , em todas as ações que realizamos, é o ideal comunista, o objetivo socialista e o caráter inapagável do nosso Partido. Somos um partido comunista, de vanguarda, revolucionário, portador do ideal comunista e da missão histórica de construir o socialismo, sociedade antípoda à existente. Somos um partido de classe, defensor antes de tudo dos interesses fundamentais das classes trabalhadoras. Um partido anti-imperialista, patriótico e internacionalista. São estes traços do nosso Partido que informam sua linha política, sua estratégia revolucionária, sua tática ampla, combativa e flexível.

Na fase atual, o Partido busca pôr em prática um programa viável, mobilizador, amplo, aglutinador de uma aliança de forças políticas na luta pelo desenvolvimento nacional, a democracia, a soberania do país e o progresso social. A este conteúdo e a nossas raízes históricas correspondem a nossa bandeira com sua cor vermelha, o símbolo da foice e do martelo e a sigla PCdoB. São elementos de identidade, inseparáveis da nossa essência e dos nossos objetivos históricos. Isto marcou a atividade da Secretaria de Comunicação e suas ações de agitação política-ideológica.

Temas candentes

Desenvolvemos a batalha de ideias como parte da luta política e de massas. Nesse sentido, parte significativa da nossa atividade se voltou para a difusão e agitação em torno dos temas candentes do programa do Partido: O Plano Nacional de Desenvolvimento, a plataforma de reformas estruturais democráticas e as bandeiras específicas decorrentes que emergiam a cada conjuntura, bandeiras formuladas nas reuniões do Comitê Central e da Comissão Política, ligadas ora a questões políticas, ora às econômicas, ora às sociais, ora a temas internacionais.

Mobilização política e social

Em consonância com isso, fizemos convergir as nossas ações para o centro da tática política do Partido: a mobilização de forças políticas e sociais para apoiar o governo das forças progressistas (em 2010, ainda o governo Lula, e desde 2011, o governo Dilma) e impulsioná-lo a realizar as mudanças necessárias a que o Brasil se torne uma grande nação forte e progressista. Na luta de ideias cotidiana, fizemos esforços para dar argumentos sólidos à militância e às forças aliadas sobre o sentido de cada batalha política do governo e de sua coalizão parlamentar.

Igualmente, esteve no centro da atuação da Secretaria de Comunicação a difusão e o estímulo às lutas do povo brasileiro, através dos movimentos de massas, destacadamente as lutas da classe trabalhadora. Também servimos aos esforços pela construção partidária, a edificação de um grande partido comunista, defendendo e desenvolvendo seus princípios, em sintonia com os desafios da época, em linha com as tendências contemporâneas, simultaneamente ao soerguimento de uma organização de quadros e de massas.

Luta eleitoral

Maurício Grabois foi secretário de Agitação e Propaganda do PCdoB

A atividade de agitação e comunicação do Partido concentrou-se, quando foi necessário, na luta eleitoral. Na gestão que ora finda, isto ocorreu em 2010 e 2012, momentos férteis da luta política e de ideias. Através dos nossos veículos de comunicação e de peças publicitárias especializadas, demos argumentos políticos para as nossas campanhas eleitorais em todos os níveis e difundimos as nossas candidaturas. 

Os nossos veículos de comunicação popularizaram o ponto de vista nacional do Partido sobre a candidatura presidencial e sua plataforma e estiveram a serviço da campanha. Organizamos encontros nacionais de comunicação, contando com a presença de militantes, quadros, dirigentes e especialistas. Elaboramos cartilhas orientadoras da campanha dos nossos candidatos e, na medida das nossas possibilidades, oferecemos ajuda às campanhas dos comitês regionais e municipais do Partido.

Muito embora o conjunto de mensagens atrasadas e despolitizadas da campanha das forças de direita, de um modo geral ficou nítido que o país se divide em dois campos opostos – as forças progressistas, de que os comunistas são parte integrante – e as forças neoliberais-conservadoras sob a égide do PSDB. Em meio à demagogia e às propostas mirabolantes, estapafúrdias e irrealizáveis de fundo eleitoreiro, foi possível nas condições que se apresentavam debater com o povo os temas nacionais candentes e mesmo as questões de fundo ligadas aos problemas estruturais do país.

Os comunistas têm sempre diante de si o desafio de fazer uma campanha diferente, cada vez mais politizada e frontal. Sem “inventar a roda” e sabendo que devem usar à exaustão os modernos meios de comunicação e as modernas técnicas de campanha eleitoral, que exigem profissionalismo, os comunistas devem sempre fazer uma campanha militante.

Desde 1985, quando o nosso Partido reconquistou a legalidade, temos participado dos processos eleitorais, fazendo política ao lado das forças progressistas do país e do povo brasileiro, da gente comum, trabalhadores das cidades e do campo, jovens, mulheres, negros, estudantes, artistas, líderes comunitários, esportistas, cientistas, cidadãos de todos os lugares que sonham e lutam pela transformação da realidade e a construção de um futuro diferente.

Ultimamente, fruto de acertadas decisões da direção partidária, a nossa tática eleitoral mudou, tornando-se audaciosa e perseguindo objetivos mais elevados. O Partido posiciona-se cada vez mais na grande disputa política e eleitoral, por meio de candidaturas a cargos majoritários e de chapas próprias nas eleições proporcionais, crescendo em muitas cidades como alternativa de poder local. Isto permite novas e melhores condições para difundir a sigla, os símbolos e a identidade do Partido, não o contrário. A dissimulação desses elementos de identidade é uma forma de renúncia ao embate político e, inversamente ao que supõe o senso comum, é também contraproducente do ponto de vista eleitoral. O “marketing” eleitoral despolitizado e desideologizado é um fator de atraso e de derrota política e eleitoral.

Assentados estes princípios, há que progredir na organização e profissionalização das campanhas eleitorais, no uso de ferramentas modernas, porque se trata de uma irreversível tendência dos tempos, e o nosso Partido só tem a ganhar com a especialização nesta área de conhecimento e prática.

Internacionalismo

Coerente com o internacionalismo proletário como característica essencial do partido comunista, a Secretaria de Comunicação dedicou atenção à difusão dos pontos de vista do Partido sobre a crise do capitalismo, o desenvolvimento da situação internacional e a luta dos povos. A vida tem confirmado as opiniões do PCdoB sobre o desenvolvimento da situação internacional. O nosso Partido tem feito muitas advertências quanto ao rumo perigoso que tomam os acontecimentos internacionais, resultantes das políticas agressivas das potências imperialistas, em primeiro lugar o imperialismo estadunidense, que põem em risco a paz mundial, a segurança internacional e violam os direitos dos povos e nações.

Estudantes universitários e membros do Partido Comunista Chinês formam a foice e do martelo, em Xangai, em 2012

A situação internacional é fortemente condicionada pelo quadro de crise sistêmica, estrutural, multidimensional do capitalismo. Na base de muitas crises políticas está a falência das orientações e medidas supostamente saneadoras da economia e das finanças levadas a efeito por governos conservadores e mesmo por governos que, proclamando-se como de “centro-esquerda”, puseram em prática as determinações da oligarquia monopolista-financeira internacional. Estas medidas constituem em sua essência um sistemático ataque aos direitos econômicos e sociais dos trabalhadores e dos povos, bem como à soberania dos países pouco ou medianamente desenvolvidos. Foi acertada a assertiva do nosso Partido em congressos anteriores de que, no quadro de uma crise que se estende há muitos anos e se agrava, acentuando os traços de decadência do capitalismo e do declínio histórico relativo do imperialismo estadunidense, abre-se toda uma época histórica de crise da própria civilização – traduzida pela liquidação de conquistas históricas da humanidade. O capitalismo não é capaz de assegurar desenvolvimento econômico e social, democracia, paz, justiça e sustentabilidade ambiental.

Através dos nossos veículos de comunicação temos desenvolvido estas opiniões do Partido, como também procuramos demonstrar que a época atual se caracteriza pela manifestação de dilacerantes crises, explosivas contradições, instabilidade e acidentadas transições nos aspectos econômico e geopolítico, o que está na raiz de conflitos nacionais, lutas populares e de classes.

Chamamos a atenção para que o mundo vive uma situação alarmante, grave e perigosa. Está em jogo uma nova divisão do mundo, o saque das riquezas nacionais, a ocupação de territórios, a implantação de uma ordem imperialista que além de ter globalizado a economia, pretende uniformizar os regimes políticos, a vida cultural, a ideologia burguesa como pensamento único.

Fomos porta-vozes e difusores das lutas e conquistas dos povos, das lutas pela paz e contra as guerras intervencionistas das grandes potências, sobretudo das conquistas democráticas, patrióticas e revolucionárias na América Latina. Temos sido difusores e propagandistas da resistência e das lutas dos povos em todo o mundo.

Aniversário de 90 anos do Partido

Momento especial, destacado na vida do Partido no período entre congressos foi a celebração do 90º aniversário da fundação do Partido, no ano de 2012. Foi uma ocasião em que a história, os personagens mais destacados das diversas etapas da trajetória do partido, suas lutas, sua identidade, seus programas e sua ideologia estiveram na ordem do dia das nossas atividades.

Foi um momento peculiar, em que deixamos claro que não desvinculamos a luta concreta cotidiana da identidade política e ideológica do Partido, uma ocasião propícia à reafirmação da identidade do PCdoB. Um partido que, há muito demarcado do doutrinarismo, do dogmatismo, da cópia anacrônica de modelos, empenha-se no desenvolvimento, assimilação e difusão do socialismo científico, do marxismo-leninismo, que dialoga e interage com a ciência política interpretativa e analítica das peculiaridades nacionais. No quadro da celebração dos 90 anos do Partido – mas não só porque isto fez parte do conjunto da atividade da Secretaria de Comunicação ao longo destes quatro anos desde o 12º Congresso – somamo-nos aos esforços do coletivo dirigente para superar a crise teórica agravada no rastro da derrota histórica sofrida pelo movimento comunista e revolucionário durante a contrarrevolução que derrocou as primeiras experiências de construção do socialismo na ex-União Soviética e em países do Leste europeu. Na consecução desses esforços, procuramos demarcarmo-nos também de toda a lógica liquidacionista e oportunista, numa quadra histórica em que a indústria das ideias retrógradas, sob a hegemonia do pensamento liberal burguês e de um antediluviano conservadorismo, procura ressuscitar velhas teses sociais-democratas e eurocomunistas – que de há muito jazem na lixeira da história.

A experiência da comemoração do 90º aniversário da fundação do Partido deixou também o ensinamento de que é necessário encontrar formas mais amplas e populares para difundir o nome, a imagem, as bandeiras, os símbolos, as plataformas de luta e a história do Partido.

O Portal Vermelho

É um veículo de comunicação de nova geração, que se firmou ao longo dos seus 11 anos de existência como um porta-voz credenciado e qualificado do Partido e da esquerda consequente, um instrumento indispensável na batalha das ideias. Embora não se apresente como órgão oficial do Partido, é um Portal comunista. Sendo novo e jovem, também pertence à linhagem das publicações que fizeram a propaganda das ideias do socialismo, da revolução e do comunismo no mundo e no Brasil no século 20.

Ressalvadas as imensas diferenças tecnológicas, a forma e a época, é da mesma família de tantos veículos que se tornaram ícones da agitação e propaganda comunistas do século 20 e corresponde à mesma exigência enfrentada por Lênin em sua célebre obra Que Fazer? – em que desenvolveu a tese da construção do partido comunista e elaborou não um modelo de organização, mas algo essencial para a luta, um conteúdo que se consubstanciou em princípios organizativos e a agitação e propaganda. Atuamos tendo presente que, uma vez cientificamente delineados os princípios ideológicos, os fundamentos teóricos, o programa político e a intervenção na luta de massas, tornam-se essenciais as atividades organizativas e de agitação e propaganda, adaptando aqueles princípios aos desafios e contradições do nosso tempo. Descurar dessas tarefas permanentes em nome do ativismo às cegas equivaleria a renunciar à própria atividade política independente e organizada das massas trabalhadoras e populares, a qual só se viabiliza em última instância por meio de uma organização política independente e revolucionária. Este é o sentido principal da nossa atividade com o Vermelho, que reivindica a tradição leninista e sente-se herdeiro dessa orientação.

Mantendo a amplitude e a pluralidade, o Vermelho foi o porta-voz do Partido, que ocupou os espaços principais no conjunto das suas matérias, o divulgador das ações e posições das bancadas na Câmara dos Deputados e Senado Federal, dos gestores públicos do Partido e um porta-bandeira das lutas do povo brasileiro: do movimento sindical, juvenil, estudantil, feminino, dos moradores, negros, indígenas, da luta em defesa do meio-ambiente, da cultura, do movimento LGBT etc.

Os tempos exigem novas formas, novos métodos, linguagem contemporânea, atenção para fenômenos sociais, culturais e políticos surpreendentes, antes inimagináveis, entre eles a revolução tecnológica na área da informação. Mas se mudam os tempos, não muda a nossa vontade nem se esvai a nossa essência. Vamos continuar insistindo, subjetiva e objetivamente, em cumprir corretamente e em nível elevado a nossa tarefa de contribuir para elevar a consciência política do povo, denunciando e combatendo o sistema capitalista, enfrentando o imperialismo, defendendo os direitos dos trabalhadores, a soberania nacional, a democracia e apontando a perspectiva do socialismo. Este é o nosso esforço com o Vermelho e no conjunto da atividade da Secretaria de Comunicação.

No período entre o 12º congresso (novembro de 2009) e agora (novembro de 2013), os acessos de leitores ao Portal mais do que duplicaram (ver tabelas e gráfico anexos).

O Portal publica cerca de três vezes mais matérias do que em 2009 e o fluxo de publicações tornou-se continuo, com inicio desde as primeiras horas do dia. Asseguramos duas renovações da capa por dia. Foram criadas novas seções, aumentou o número de blogueiros, conquistamos novos colunistas, dinamizamos a TV Vermelho e o Partido Vivo e criamos a Rádio Vermelho. Realizamos coberturas ao vivo de importantes eventos nacionais em diversos estados e fizemos coberturas internacionais ao vivo com enviados especiais.

O jornal A Classe Operária

O atual formato de A Classe Operária foi aprovado pelo Comitê Central do PCdoB em fevereiro de 2008, que mudou também o público alvo e a tiragem do jornal. Aquela decisão resultou de um longo processo de debate, consultas, reflexão e experiências – processo que durou o tempo suficiente para uma decisão amadurecida.

Foi uma mudança coberta de êxito, apesar das oscilações na tiragem e problemas crônicos como a dificuldade de compatibilizar uma pauta nacional com as necessidades estaduais e municipais do Partido (dificuldade permanente, que se acentua em períodos eleitorais) e sobretudo problemas de logística (a demora no envio das cotas estaduais, principalmente para os estados do Norte e Nordeste).

A Classe Operária é um instrumento de agitação política e estruturação partidária, de difusão da política partidária e das ideias pelas quais nos orientamos. É uma ferramenta para difundir nossas ideias entre o povo e os trabalhadores, ampliando nossa influência e trazendo novos filiados para nossas fileiras. Por isso foi pensado como um instrumento de agitação política e estruturação partidária.

Em 2011 o Encontro Nacional de Comunicação do PCdoB considerou necessário envolver as secretarias de Formação e Propaganda, Sindical e de Organização, nos vários níveis da direção partidária, no sentido da apropriação coletiva e partidária do jornal e seu uso efetivo como instrumento da estruturação partidária.

Propaganda Partidária na Rádio e TV

A propaganda partidária é um direito de todos os partidos políticos inscritos no Tribunal Superior Eleitoral e tem por finalidade divulgar, pelo rádio e pela televisão, assuntos de interesse das agremiações partidárias – de acordo com o disposto nos arts. 45 a 49 da Lei 9.096/95.

Todos os partidos com registro de seus estatutos no TSE que tenham concorrido ou venham a concorrer às eleições gerais para a Câmara dos Deputados, elegendo, em duas eleições consecutivas, representantes em, no mínimo, cinco estados, obtendo, ainda, um por cento dos votos apurados no país têm direito a Propaganda Partidária, em cadeia nacional, com duração de dez minutos cada; e comerciais com tempo total de 20 minutos por semestre em inserções de 30 segundos ou um minuto.

A TV e o Rádio são os meios de informação mais utilizados pela família brasileira. Por isso, a Direção do Partido decidiu investir na profissionalização da propaganda do PCdoB nessas mídias, para que uma agência publicitária pudesse pensar em um formato mais estratégico para difundir, de forma mais exitosa, as ideias do Partido.

Contra o terrorismo midiático

O Partido realiza suas tarefas de agitação político-ideológica e comunicação em meio a uma guerra midiática, que se iguala a uma espécie de terrorismo, a “guerra fria” da atualidade, a continuação, no terreno da luta de ideias, da ofensiva do imperialismo em todo o mundo contra os países e forças políticas empenhados na batalha pela emancipação nacional e social. É uma guerra que tem a mentira e a manipulação como norma e arma. Os meios de comunicação a serviço do imperialismo estadunidense e seus aliados se transformaram em uma verdadeira usina de mentiras.

Esses veículos de comunicação são grandes conglomerados econômicos privados que, além de auferirem enormes lucros, se põem a serviço do sistema como um todo, defendendo políticas conservadoras, neoliberais, antidemocráticas e antipopulares. Os interesses econômicos que esses grupos defendem estão entrelaçados com o poder do capital monopolista-financeiro, a indústria armamentista e a potência geopolítica dos países imperialistas. Esses grupos encaram como algo natural sua inclinação para defender o saque dos recursos naturais de países e povos, o militarismo e as guerras. Sua missão é fazer a defesa ideológica do sistema político e socioeconômico vigente.

No seu arsenal de mentiras e engodo, está um inesgotável repertório propagandístico por meio do qual procuram apresentar os Estados Unidos e demais países imperialistas como modelos de democracia. Querem impor seu modelo político como o único democrático, sua ideologia como o pensamento único a ser seguido, seus valores como a quintessência da civilização.

Contudo, nunca se atentou de maneira tão intensa, flagrante e abrangente contra as maiores conquistas civilizacionais: a democracia, a liberdade, a igualdade, a justiça, a fraternidade, os direitos humanos, os direitos sociais, a soberania nacional, a autodeterminação dos povos, o direito internacional e a paz.

A mídia se tornou cúmplice de crimes, de golpes de Estado, da contrarrevolução, do terrorismo de Estado e de guerras de agressão e rapina contra os povos e nações independentes. É a mídia quem prepara o terreno para essas agressões, é ela que constrói, com artifícios e o engodo, opiniões favoráveis à guerra, naturalizando-a, tornando-a acontecimento banal, e conquista a opinião pública para suas posições.

A mídia propagandeia as supostas virtudes do sistema capitalista, apregoa o fim da história e da luta de classes, promove o obscurantismo, o individualismo e o egoísmo na vida social, falsifica, distorce e revisa a história, criminalizando o movimento comunista, as experiências de construção do socialismo e a as lutas revolucionárias, e promove uma brutal campanha anticomunista.

Por meio do Vermelho, a Secretaria de Comunicação protagonizou (no plano da batalha de ideias) a luta pela democratização dos meios de comunicação, num esforço somado ao de outras áreas da atividade partidária. Empenhou-se em campanhas para a organização de um movimento de oposição à ofensiva da mídia contra nações independentes, países e povos que lutam por sua autodeterminação e afirmação soberana no cenário mundial e somamo-nos a todos os esforços para fortalecer meios de comunicação alternativos e promover o jornalismo de combate. Em nossa concepção de jornalismo, uma publicação, impressa ou virtual, um site, um blog, uma rede, são instrumentos de resistência, de luta para transformar o mundo, veículos da luta de ideias.

No caminho de Lênin e Gramsci

A par dos desafios permanentes da luta de ideias, há uma premente necessidade de aproximar mais e mais o Partido do povo, identificar-se com o povo brasileiro, calar fundo em sua mente e coração, desatar sua iniciativa criadora, despertá-lo para a luta. Lidamos com uma correlação de forças ainda desfavorável aos que querem revolucionar o mundo. Por isso, atuamos com a mente aberta e sequiosos de aprender as melhores maneiras de fazer com que nossa mensagem chegue à esmagadora maioria da população e, como dizia Gramsci, alcance a hegemonia na sociedade contemporânea.

É nestes termos que devemos encarar com objetividade e sentido prático a tarefa de mostrar e difundir uma imagem compreensível às grandes massas populares sobre o que é, o que quer e para que serve o Partido Comunista do Brasil. É algo indispensável para que nos façamos entender e ajudemos o povo a assimilar o sentido das transformações históricas que deve empreender para pôr o Brasil na senda do progresso social, da liberdade, da independência, do socialismo.