Questão síria tem prioridade nos debates das Nações Unidas
A organização da 2ª Conferência Internacional de Genebra pela saída política para o conflito na Síria e a destruição das armas químicas nesse país árabe são temas em destaque na agenda das Nações Unidas.
Publicado 05/11/2013 05:21
Em Genebra, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, se reúne com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança em um primeiro encontro com altos funcionários da Rússia e dos Estados Unidos, e em um segundo encontro com a participação também de representantes da China, França e Reino Unido.
Brahimi cumpre desde há várias semanas um intenso programa para a materialização de Genebra II, foro que daria continuidade ao que foi realizado em meados do ano passado também em Genebra, com o objetivo de encontrar uma solução pacífica para a crise que o governo sírio enfrenta com os grupos armados e financiados a partir do exterior.
Segundo as Nações Unidas, estão criadas as condições logísticas para a nova reunião, que teria entre os obstáculos a superar as diversas posturas entre os grupos da oposição síria, o terrorismo denunciado por Damasco e o propósito dos Estados Unidos e de seus aliados de fazer da conferência um espaço de transição que destitua do poder o presidente Bashar al-Assad.
Apesar do cenário complexo, a ONU expressou confiança na realização do foro, mesmo sem mencionar datas precisas.
"Corresponde ao secretário-geral, Ban Ki-moon, o anúncio da data de Genebra II, quando seja o momento apropriado para fazê-lo", disse nesta segunda-feira (4) à imprensa um porta-voz do secretário-geral.
Por sua parte, o Conselho de Segurança dedica uma parte de sua sessão desta terça-feira (5) ao Oriente Médio, e em particular à Síria.
Prevê-se a participação na audiência de Sigrid Kaag, coordenadora especial da Missão Conjunta Opaq/Nações Unidas para a eliminação das armas químicas no país árabe.
Em declarações ao Centro de Notícias da ONU, a especialista holandesa explicou que a Missão Conjunta se organiza para atuação interna, na espera de que em 15 de novembro próximo, o Conselho Executivo da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) aprove o plano detalhado para a destruição dos artefatos.
Kaag recordou que há poucos dias os integrantes do grupo concluíram no terreno a inspeção de locais na Síria, onde supervisionaram a destruição de equipamentos que poderiam ser utilizados para a produção de armas químicas.
A especialista reiterou que a Missão trabalha em estreita coordenação com Damasco, o que já havia reconhecido anteriormente.
O Conselho de Segurança, além da resolução de 27 de setembro passado, para a eliminação dos meios químicos na Síria, aprovou a proposta de Ban Ki-moon de criar a Missão Conjunta Opaq/ONU, integrada por 100 especialistas, com a finalidade de concluir todo o processo em 30 de junho de 2014.