Mais mulheres na política é o próximo passo para emancipação

Assumindo o desafio de lutar por mais direitos – e mais respeito-, para as mulheres brasileiras, a União da Juventude Socialista (UJS) convoca o conjunto de sua militância para o 1º Encontro de Jovens Mulheres Feministas da UJS que ocorrerá nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, em Brasília.

É inegável que houve diversos avanços significativos para as mulheres na última década, A criação da Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, a Lei Maria da Penha e os programas sociais, como o Bolsa Família, onde 90% das titulares do programa são mulheres.

São elas que, mês a mês, sacam o dinheiro na boca do caixa. O sistema capitalista, associado ao patriarcado, sempre dificultou a vida das mulheres. Sua história financeira costuma aparecer atrelada à dependência financeira de seus pais e maridos. Podemos dizer que há uma revolução em curso, o dinheiro do Bolsa Família, que chega às mãos das mulheres, nos rincões mais pobres desse país, é uma tentativa de romper com o ciclo de velhos paradigmas machistas.

O dinheiro é usado não só para diversificar a alimentação da família, mas também para que elas possam ousar, tenham direito de escolha. Estamos falando de liberdade no que se refere aos homens. Pela primeira vez na vida (pela primeira vez em séculos) é possível pensar no divórcio de casamentos infelizes sair da onipresente estrutura machista e opressora. Um avanço tímido, porém extraordinário.

No entanto, todas essas políticas são insuficientes para sanar séculos de opressão e discriminação contra a mulher. É preciso aprofundar as mudanças em curso no país. Há 80 anos conquistamos o voto feminino e apesar de representar 51% do eleitorado no Brasil, as mulheres estão presentes em apenas 10% do Congresso Nacional.

Apesar do cargo máximo da República ser ocupado por uma mulher, a participação feminina brasileira nas esferas do poder ainda continua muita baixa. Segundo ranking que avalia a penetração política por gêneros em 146 países, produzida pela União Interparlamentar, o Brasil segue em 110° lugar. Atrás de nações como Togo, Eslovênia e Serra Leoa.

A baixa representação feminina na política se mantém inalterada mesmo depois da aprovação da Lei Eleitoral 9.100, promulgada em 1995, segundo a qual 20% dos postos deveriam ser ocupados por mulheres. No ano de 97 é alterada para o mínino de 30%.

A tripla jornada de trabalho, a questão cultural e a falta de investimentos deixam as mulheres longes das disputas no parlamento. Precisamos de uma Reforma Política que assegure maior participação das mulheres, com financiamento público de campanha e lista fechada com alternância de gênero. Ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder é aprofundar a democracia brasileira.

Fonte: UJS