Farc libertam ex-militar norte-americano sequestrado há 4 meses

A operação ocorreu em local não identificado no centro da Colômbia, depois que as Farc entraram em contato com uma comissão humanitária que se encarregará de levar Scott até a capital, Bogotá.

O presidente Juan Manuel Santos havia anunciado inúmeras vezes que não permitiria às Farc fazer da libertação de Scott um "show midiático". Ele também se recusou a permitir que a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba fizesse parte da comissão, que seria, a princípio, liderada por ela. O reverendo norte-americano Jesse Jackson, que se mostrou disposto a ajudar, também foi banido da operação.

Scott havia sido sequestrado no último dia 20 de junho na cidade de El Retorno, departamento de Guaviare. Segundo a radio local Caracol, ele deve ser submetido a uma profunda revisão médica e será entregue à representação dos Estados Unidos na Colômbia, para que possa se encontrar com os familiares.

"Os EUA estão profundamente agradecidos com o governo da Colômbia e louva seus esforços incansáveis para assegurar a libertação de nosso cidadão", disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em um breve comunicado pouco após ser informado sobre a notícia.

Ele também ressaltou especialmente a "assistência" do presidente Santos e avaliou a contribuição da Cruz Vermelha e dos Governos de Cuba e Noruega.

Negociações de paz

A retomada das conversas de paz entre as Farc e o governo colombiano foi anunciada em outubro do ano passado. O início do diálogo ocorreu em novembro, em Havana, capital de Cuba. Desde então, autoridades do governo e da guerrilha já afirmaram que “nunca houve na história do conflito um avanço tão grande na direção de um acordo”.

Apesar disso, em agosto as negociações foram paralisadas por conta da proposta do governo de realizar um referendo com a população, para que o povo vote sobre um possível acordo entre as duas partes.

Na última quarta (24), o Senado colombiano aprovou um projeto de lei que permitirá a realização do referendo no mesmo dia das eleições legislativas e presidenciais do país, que devem ocorrer no próximo ano. O projeto ainda deve passar pelo Tribunal Constitucional e, se for aprovado, será enviado para a assinatura de Juan Manuel Santos.

Fonte: Opera Mundi