Paraguai tem paralisação nacional depois de 17 anos
Realiza-se nesta segunda-feira (28) a Jornada Nacional de Mobilização e Protesto no Paraguai. Documento lançado pela Frente Guasu assinala que os projetos de leis para legitimar o programa neoliberal do presidente Horácio Cartes resultaram na aglutinação de grande parte do mundo social e político do Paraguai, constituindo uma grande força social disposta a mobilizar-se para preservar a soberania nacional, hoje severamente ameaçada por uma política antipopular.
Publicado 27/10/2013 07:44
A Frente Guasu informa que nesta segunda-feira (28), quando o Congresso nacional estudará a aprovação de uma dessas leis, a chamada “Aliança Público-Privada”, uma grande quantidade de setores urbanos e rurais sociais e políticos organizados, agrupados na “Coordenação democrática” na qual participa a Frente Guasu, decidiu realizar uma grande mobilização e greve geral para repudiar tal projeto de lei.
Depois de 17 anos, o setor trabalhista do Paraguai decide a realização de uma greve geral. Esta expressão popular pode, portanto, dar lugar a um capítulo de grande importância na história de luta social no país, assinala o documento da Frente Guasu. O governo de Horácio Cartes, um empresário que a partir de sua imensa riqueza de duvidosa origem conseguiu comprar o Partido Colorado e ultimamente comprometer grande parte do conjunto de partidos que participam no Congresso Nacional, com exceção da Frente Guasu, está voltado para a tarefa de inserir o país em um projeto claramente neoliberal, e de acordo com essa linha pondo o patrimônio nacional à disposição do grande capital transnacional.
Para a Frente Guasu, esta política é um perigoso despropósito e está na contramão da história, quando o conjunto dos países latino-americanos, que conseguiram libertar-se do neoliberalismo que tanto dano causou a nosso povos, volta-se para desenvolver uma política libertadora dos desígnios do grande capital imperial.
A política de Cartes que hoje tem o repúdio da cidadania e a cumplicidade de congressistas venais, diz o documento, se contrapõe flagrantemente à nova América Latina que hoje se articula em projetos de integração liberadores.
Diante desta situação difícil de nossa conjuntura, conhecendo os recursos perversos da direita nacional e internacional, que em função de seus interesses é capaz de apelar a todos os recursos, e diante dos riscos de que uma reação repressiva atente contra a integridade de nossos cidadãos, é importante contar com o apoio e a solidariedade das organizações fraternas da América Latina e do mundo, porque, é bom enfatizar: o projeto neoliberal de Cartes é um atentado contra o processo de integração e libertação dos povos latino-americanos, destaca a Frente Guasu.
Mais do que nunca, finaliza o texto, as organizações progressistas de nosso castigado continente, devem ser convocadas em uma luta conjunta para evitar uma volta ao passado. Um passado de fome e luto que devemos erradicar para sempre. Hoje, o elo mais débil desta nova América Latina corre o risco de ser um plano piloto para reativar a reação a partir dos desígnios imperiais.
Com informações da Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB