Brasil e Alemanha apresentam resolução na ONU contra a espionagem

Nesta sexta-feira (25), informações publicadas nas agências internacionais dão conta de que Brasil e Alemanha estão preparando uma resolução para a Assembleia-Geral da ONU que vai exigir o fim da espionagem e da invasão de privacidade. Em novas declarações a imprensa, a presidenta Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel, condenaram a espionagem generalizada feita pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA.

A luta contra a espionagem dos Estados Unidos ganhou força após um ex-funcionário da agência de inteligência americana revelar grandes programas de vigilância internacionais.

Diversas nações investigam acusações de que a NSA acessou dezenas de milhares de registros telefônicos e monitorou ligações de diversos líderes munduais. No caso da Alemnha, a espionagem da chanceler Merkel tem causado indignação na Europa.

A Alemanha disse na sexta-feira (25) que vai enviar seus chefes de inteligência para Washington na próxima semana para buscar explicações da Casa Branca.

De acordo com informações de diplomatas da ONU publicadas também nesta sexta-feira, Resoluções da Assembleia-Geral não são vinculantes, ao contrário de resoluções do Conselho de Segurança, de 15 nações. Mas as resoluções da Assembleia que conseguem um amplo apoio internacional podem ganhar peso moral e político significativo.

Reação brasileira

No mês passado, Dilma usou sua posição como primeira líder mundial a discursar na reunião anual da Assembleia-Geral para acusar os Estados Unidos de violar os direitos humanos e o direito internacional através de espionagem, que incluiria espionagem em seu e-mail.

Para a presidenta o argumento de que os Estados Unidos precisam espionar para proteger seus cidadãos do terrorismo não é válido e disse que “uma soberania jamais pode firmar-se em detrimento de outra”. E lembrou que o espaço cibernético não deve ser instrumentalizado como “arma de guerra. O Brasil é um país democrático, cercado de países democráticos. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Não posso deixar de lutar pela soberania de meu país, sem respeito à soberania não há base para o respeito entre as nações.”

Da Redação em São Paulo
Com informações das agências