Comitê israelense define libertação de mais 32 palestinos
Um comitê ministerial de Israel reúne-se neste domingo (27) para finalizar detalhes da libertação de mais 32 prisioneiros palestinos, na próxima terça (29), no âmbito das negociações de paz. O novo grupo soma-se aos 26 palestinos soltos em agosto, segundo o governo israelense, como uma medida “de boa-fé” em prol da diplomacia. Entretanto, alguns já deviam ter sido libertos no âmbito dos Acordos de Oslo, de 1993.
Publicado 25/10/2013 14:43
O comitê ministerial israelense foi estabelecido para definir os nomes dos prisioneiros e as datas em que cada um deles será libertado. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu lidera o comitê, que também inclui o ministro da Defesa, Moshe Ya’alon, e a ministra da Justiça, Tzipi Livni, chefe da delegação israelense nas negociações com os palestinos.
Neste domingo (27), os três devem se reunir para discutir e finalizar a lista a ser apresentada para a agência de segurança doméstica israelense, Al-Shabak.
De acordo com a mídia israelense e a palestina, alguns dos prisioneiros palestinos a serem libertos estão detidos há cerca de 30 anos. A lista de nomes para a libertação inclui 104 pessoas que, em geral, estão presas desde antes dos acordos do início da década de 1990.
Ainda assim, a libertação dos 26 palestinos, em agosto, foi respondida com críticas incisivas e acusações de vários setores da sociedade e do governo israelense, transmitidas até mesmo pela mídia menos conservadora e mais favorável às negociações.
A pressão da política doméstica pode prejudicar o processo e impedir que o governo israelense tome medidas minimamente justas e de compromisso com as negociações, em prol do avanço para uma solução adequada. A tendência já tem se demonstrado neste sentido.
A agência palestina de notícias Ma’an noticiou que os 104 prisioneiros detidos antes dos Acordos de Oslo devem ser libertados ao longo dos nove meses previstos para durarem as negociações, retomadas em julho.
Entretanto, o ministro palestino dos Assuntos dos Prisioneiros, Issa Qaraqe queixou-se, nesta quinta-feira (24), sobre o processo obscurecido que determina as libertações.
“Os israelenses nos disseram que conduzirão a segunda fase em 29 de outubro”, disse Qaraqe ao portal de notícias NSNBC. “Mas eles não nos deram uma lista ainda, e também se recusaram a nos deixar participar na escolha dos nomes daqueles que serão liberados”.
De acordo com a organização palestina Addameer, 79 prisioneiros palestinos pré-Oslo ainda estavam sob custódia israelense em 1º de setembro.
O status dos prisioneiros palestinos, assim como a contínua construção de colônias judias em territórios palestinos estão entre os principais assuntos que impedem conversações de paz definitivas.
Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho