Olgamir discute gênero e sexualidade na educação

A secretária da Mulher, Olgamir Amancia, participou na manhã desta quarta, 23, no Museu da República, do 2º Seminário de Educação em Gênero e Sexualidade, promovido pela Secretaria de Educação.

Olgamir discute gênero e sexualidade na educação

Ela falou sobre a condição da mulher na sociedade patriarcal, machismo e violência doméstica. Olgamir iniciou a palestra lembrando que o Conselho de Educação do DF (CEDF), por iniciativa da Secretaria da Mulher, aprovou recentemente a inclusão do conteúdo direitos da mulher na grade curricular das escolas de ensinos Fundamental e Médio.

A secretária observou que, ao levar a discussão sobre gênero para as escolas, o GDF mostra sensibilidade e preocupação em dar visibilidade a uma parcela da população que até então era minimizada. Para ela, ações como esta reforçam o papel do Estado, da escola e da sociedade na construção de uma cultura de equidade de gênero e respeito à diversidade. “Agimos com o propósito de eliminar conteúdos sexistas e discriminatórios e promover a inserção de componentes curriculares para uma educação não-sexista, que não reforça a concepção de um mundo masculino superior ao feminino e que não limita a capacidade e autonomia feminina”, explicou.

A busca por uma sociedade não-sexista ganhou ainda mais força em outubro de 2012, quando foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), a Resolução Normativa nº 1/2012, do CEDF, que reformula e atualiza as normas para o Sistema de Ensino do Distrito Federal. O documento inclui um capítulo que assegura como conteúdo obrigatório, nos ensinos fundamental e médio, os direitos da mulher e outros assuntos com recorte de gênero. A sugestão foi da Secretaria da Mulher.

Desde então, a Secretaria da Mulher oferece às Coordenações Regionais de Ensino informação, formação e conteúdos relacionados a gênero e sexualidade para apoiá-los no cumprimento da resolução e dos demais instrumentos normativos da educação relativos a essas temáticas.

A subsecretária de Políticas para as Mulheres, Sandra Di Croce Patrício, também participou do evento para apresentar ações desenvolvidas para tentar mudar o cenário machista e patriarcal da sociedade. Ela apresentou o programa GDF Fazendo Gênero na Escola, que discute questões de gênero, sexualidade, cultura patriarcal e emancipação das mulheres, além de Lei Maria da Penha. O foco desse projeto, segundo ela, é falar do papel do Estado, da escola e da sociedade na construção de uma cultura de equidade de gênero e de respeito à diversidade. “Tudo isso é feito em parceria com a Secretaria de Educação, o que nos permite avançar no cumprimento da Resolução do Conselho de Educação, publicado no ano passado”, lembrou.

A novidade apresentada pela subsecretária foi o Jogo da Mulher, que deve ser lançado em novembro deste ano. O material lúdico será usado nas escolas para facilitar e incentivar a discussão dos temas propostos aos alunos de toda a rede de ensino pública do Distrito Federal.

Para o professor Alexandre Magno, que relatou a experiência do programa GDF Fazendo Gênero na Escola, as questões de gênero devem ser abordadas nas escolas para que desde cedo os alunos tenham compreensão de que é preciso mudar a forma de como a sociedade trata a questão das mulheres e sexualidade. “Essa discussão é fundamental. A desigualdade de gênero é milenar, construída durante 2000 anos de história. Claro que não conseguiremos mudar esse cenário do dia para a noite, mas temos que começar. E o lugar ideal para isso é a sala de aula. Podemos desconstruir essa cultura machista que corrói a sociedade”, analisou.