Juiz acusa 79 ex-agentes de Pinochet por morte de comunistas
Um juiz chileno acusou nesta terça-feira (22) 79 ex-agentes da Direção de Inteligência Nacional (Dina), polícia secreta da ditadura de Augusto Pinochet, pelo desaparecimento e morte de oito militantes do Partido Comunista entre 1976 e 1977, informou o Poder Judiciário. Entre os indiciados está o ex-diretor da instituição, Manuel Contreras, que cumpre pena de centenas de anos por outros crimes contra a humanidade.
Publicado 23/10/2013 09:13
Na Corte de Apelações de Santiago, o juiz especial Miguel Vásquez ditou a acusação após a investigação pelos sequestros de Mario Zamorano Donoso, Jorge Muñoz Poutays, Uldarico Donaire Cortés, Jaime Donato Avendaño, Elisa Escobar Zepeda, Lenin Díaz Silva e Eliana Espinoza Fernández. Os ex-agentes também foram acusados pelo assassinato de Víctor Díaz López e por crimes cometidos entre maio de 1976 e janeiro de 1977 na capital chilena, no caso conhecido como “Calle Conferencia”.
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O Conselho de Defesa do Estado e o Programa de Direitos Humanos do Ministério do Interior chileno foram notificados da imputação para aderir a ela ou apresentar alguma acusação particular no caso. Somente após isso, as defesas serão avisadas para abrir caminho para a fase de julgamento.
A “Calle Conferencia” foi uma operação iniciada em 29 de abril de 1976, quando – de acordo com a promotoria – agentes da Dina detiveram oito membros do Partido Comunista. O caso gerou uma das primeiras queixas judiciais apresentadas nos tribunais chilenos que apontavam a responsabilidade direta de Augusto Pinochet, cuja ditadura se estendeu de 1973 a 1990, com um rastro de milhares de mortos e torturados.
Fonte: Opera Mundi