PM e Bombeiros realizam operação tartaruga

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros iniciaram a chamada operação tartaruga.

Segundo representantes de sindicatos e associações das categorias de segurança, o reajuste feito pelo governo local, de 15,8% divididos em três anos, é irrisório e não repõe a inflação acumulada nos últimos cinco anos, período em que não houve acréscimo real aos salários.

“Estamos desde 2010 esperando que o GDF tome alguma atitude. Nada foi feito desde então. Cansamos. O período de governo está acabando e nós somos uma das poucas categorias que não foi reestruturada”, destaca o coronel reformado da PM Mauro Manoel Brambilla, coordenador do Fórum de Associações de PMs e Bombeiros. A decisão de operar lentamente foi tomada após assembleia com mais de cinco mil policiais e bombeiros na Praça do Relógio, em Taguatinga, na última sexta-feira.

Serviços

Com a operação tartaruga, duas medidas serão tomadas pelos PMs e Bombeiros. A primeira diz respeito a ocorrências criminais e a outra a acidentes com vítimas. Agora, as categorias exigirão a presença da Polícia Civil no local de cada crime registrado. Além disso, as viaturas devem operar apenas nas velocidades permitidas.

Ocorrências cujo cunho seja de responsabilidade da Polícia Civil, Detran e outros serão comunicadas aos órgãos, que deverão adotar as providências pertinentes.

Memória

A chamada operação tartaruga durou mais de dois meses no ano passado. O movimento foi iniciado em fevereiro e prejudicou o atendimento a ocorrências, conforme o relato de vítimas de crimes.

Para colocar fim ao movimento, o comandante da corporação na época, Suamy Santana, ao assumir o cargo, anunciou um reajuste de cerca de R$ 600 na gratificação dos comandantes dos 33 batalhões do DF.

A operação tartaruga, assim como a greve da Polícia Civil, chegou a ser apontada como fator que contribuiu para o aumento de algumas modalidades de crime.

Pode haver punição

O secretário de Segurança, Sandro Avelar, disse que o órgão vem tentando dar o apoio necessário às categorias para que não haja problemas à população. Porém, ele não esboçou posicionamento claro sobre aumento de salário, afirmando somente que “deve haver boa vontade dos dois lados para buscar uma boa solução”.

No Corpo de Bombeiros, a resposta foi a mesma. “Não fazemos operação tartaruga porque pessoas podem morrer se tomarmos esse posicionamento. Se chegar até nós alguma denúncia de servidores negando prestação de socorro, vamos apurar e tomar as devidas providências”, explicou o major da corporação, Eduardo Luiz Gomes.