MTST faz protesto em frente à prefeitura de S. Paulo nesta quinta

Na manhã desta quinta-feira (17), centenas de trabalhadores de várias ocupações organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) das regiões do Campo Limpo, Paraisópolis, Capão Redondo e Grajaú fizeram um ato em frente da Prefeitura de São Paulo, no viaduto do Chá, no Centro de São Paulo. Eles reivindicam a expansão do número de habitações de interesse social em outras áreas da cidade e uma nova política de despejo em terrenos públicos ocupados.


Foto: MTST-divulgação

A manifestação começou na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal.  Por volta das 10h30, o grupo iniciou uma caminhada pelo Viaduto do Chá, até a sede da Prefeitura. Alguns manifestantes tentaram entrar prédio, mas não conseguiram. Ana Paula Ribeiro, coordenadora estadual do MTST, esclareceu que o objetivo não é ocupar a Prefeitura e que negou que a  porta com vidro trincado tenha sido quebrada por manifestantes.

Ao contrário do que informando anteriormente, os manifestantes do MTST não foram recebidos nesta quinta-feira (17) pela prefeitura. Eles foram recebidos por representantes da Secretaria de Relações Governamentais na terça-feira (17) . Até o fechamento desta matéria, eles permaneciam em frente ao prédio da administração municipal.

A vice-prefeita Nádia Campeão (PCdoB) que está no local conversou com o Vermelho e  lamentou a forma como os manifestantes atuaram.

“Fizeram uma tentativa de invasão, quebraram cinco vidraças. Nessas condições é muito difícil estabelecer uma conversa imediata, até porque na terça-feira eles estiveram aqui depois de tentarem entrar na Câmara e foram recebidos pelo município como todos os movimentos de moradia. Temos mantido um diálogo constante para encontrar uma forma de atender as famílias cadastradas tanto na Sehab [Secretaria de Habitação] quanto as que fazem parte do cadastro dos movimentos sociais. Por isso, não dá para aceitar ameaça e vandalismo. Todas as demandas deles já foram encaminhadas, mas nós temos um cronograma para executar as construções”, esclareceu a vice-prefeita.

Com relação às desapropriações, Nádia Campeão falou que todas são feitas dentro da legalidade e que há efetivamente um número maior de ocupações feitas recentemente com o objetivo de incluir pessoas no cadastro para receber auxílio-aluguel.

“Temos um compromisso de entregar 55 mil novas moradias em quatro anos, muito mais do
que as 14 mil entregues nos últimos oito anos. Há pessoas que têm prioridade para receber como as que são de áreas de risco, as que vieram de desapropriações. Neste ano há uma etapa que precisa ser cumprida que é a de localização e regularização dos terrenos. Além disso não temos recursos ilimitados para cadastrar todo mundo para receber o auxilio moradia, hám um critério que precisa ser seguido, não é possível atender a todas essas pessoas que fazem parte de ocupações, que muitas vezes são feitas a toque de caixa e de forma oportunista", completou Nádia Campeão.

"Não estão deixando de atender a população. Muito pelo contrario estamos correndo atrás de construir as casa e colocar as pessoas para dentro. Respeitamos a legitimidade do movimento de moradia e sabemos que esse tipo de ação que eles fizeram hoje não é algo generalizado dentro do movimento", concluiu. 

Das 55 mil habitações planejadas, 20 mil já estão com ordem de início de obra em diversas regiões. Neste ano, foram entregues 1500 unidades,. A Secretaria de Habitação confirmou que neste primeiro ano o foco da atuação da Pasta foi o de mapear os terrenos, realizar desapropriações e estudos de viabilidade para as construções. Neste primeiro ano da gestão Fernando Haddad (PT) a cidade de São Paulo firmou convênios de grande porte com o Ministério das Cidades e com o programa do governo federal Minha Casa Minha Vida. De acordo com a Sehab, a maior parte das unidades serão entregues nos próximos anos. 

Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST, afrimou que a prefeitura promove despejos em terrenos municipais com apoio da Guarda Civil Metropolitana sem pedido de reintegração de posse à Justiça.

Também esteve na Sehab o movimento Central de Associações e Sociedades Populares, que reúne diversas entidades. Eles foram recebidos na Sehab onde apresentaram uma carta com reivindicações como regularizações de imóveis que já estão construídos, uma nova agencia da COHAB na cidade Tiradentes, a retomada de alguns programas habitacionais. Uma reunião foi agendada para o dia 30 de outubro com o secretario José Floriano.

Deborah Moreira
Da redação do Vermelho

(matéria alterada às 15h14 em 17/10/2013)