Defesa do tripé macroeconômico de FHC é retrocesso, diz colunista

Nas últimas semanas os holofotes voltaram a brilhar para os setores que defendem o retorno da velha política de austeridade fiscal e sucateamento do Estado implementada durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002). Com manchetes estelares, os jornalões destacaram a defesa da receita neoliberal para colocar o Brasil no ritmo do desenvolvimento.

Joanne Mota da Rádio Vermelho em São Paulo

“Quem pede a volta do tripé macroeconômico de FHC, defende um Estado mínimo, defende um governo menos intervencionista, ou seja, defende menos gastos sociais. Esses que defendem esses pressupostos acreditam que o desenvolvimento pode ser encontrado pelas vias do mercado, da concorrência”, foi o que declarou o colunista da Rádio Vermelho João Sicsú, economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeito (UFRJ).

Para o especialista, é possível seguir por outro caminho. "Nesses últimos 10 anos seguimos por outro caminho. Um caminho que reconhece as forças importantes e necessárias do mercado, mas com o entendimento de que essas forças devem ser reguladas no sentido de direcioná-las para promover movimentos econômicos e sociais", pontuou

Segundo ele, a volta ao passado significa negar toda a demanda que existe atualmente no interior da sociedade, que clama por mais avanços em áreas como a educação e saúde pública e de qualidade. "Atender essa demanda significa ter um Estado forte e presente. Defender a volta da era FHC, significa defender a ideia de se governar para uma minoria que tem plano de saúde privada, acesso à educação privada", alertou o pesquisador.

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