Colômbia homenageia vítimas da repressão contra União Patriótica
Vítimas, familiares e sobreviventes do massacre do movimento político de esquerda União Patriótica (UP) reuniram-se neste sábado (12), na capital da Colômbia, Bogotá, em um ato pela paz e pela justiça social.
Publicado 12/10/2013 16:35
Na Praça Bolívar, no centro da cidade, três mil cadeiras vazias simbolizaram a ausência de milhares de militantes assassinados, torturados, encarcerados e desaparecidos com a ação dos paramilitares, na década de 1980 e 1990. Até hoje, a cifra é incerta.
Intitulada “Serenata dos Ausentes”, no ato pelo 26º aniversario do assassinato do seu presidente, Jaime Pardo, os sobreviventes da UP exigiram verdade, justiça, reparação integral, e condenaram a impunidade das forças de segurança do Estado e dos paramilitares responsáveis pelos massacres.
Durante o encontro, o dirigente Rubén Patiño instou à unidade popular, “indispensável”, disse, em declarações publicadas pelo Semanário Voz.
Ao se referir ao processo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP), que se desenvolve em Cuba há quase um ano, Patiño sublinhou que o que se busca é “uma saída política ao conflito social e armado que está tirando o nosso sangue”.
Os diálogos, continuou, “servem para resolver um conflito gerado pela exclusão e pela desigualdade, pela violencia impregnada, produto da intolerância das burguesias que exploraram e saquearam nossos recursos naturais, e que nos submetem à miséria”.
Dois candidatos presidenciais, oito congressistas, 13 deputados, 70 vereadores, 11 alcaides e centenas de militantes foram mortos em quatro anos, enquanto outros foram obrigados a deixar o país. Ainda, o partido havia tido a sua legitimidade política questionada devido o seu afastamento das disputas eleitorais. Em 9 de julho passado, o Conselho de Estado devolveu à UP a personalidade jurídica.
O decreto nega que se possa despojar de legalidade essa organização, “ao reconhecer que o extermínio sistemático de dirigentes e militantes do partido foi a principal causa” da sua ausência nas eleições legislativas de 2002.
Fonte: Prensa Latina
Traduzido pela redação do Vermelho