Exposição Resistir é Preciso resgata período da ditadura militar
Vista por 33 mil pessoas durante temporada em Brasília, a exposição Resistir é preciso foi inaugurada neste sábado (12), em São Paulo — onde permanece até 6 de janeiro. Idealizada pelo Instituto Vladimir Herzog, a mostra mantém viva na memória dos brasileiros a luta da imprensa durante a ditadura — período em que centenas de profissionais da área foram presos, torturados e assassinados.
Publicado 09/10/2013 15:08
A exposição é organizada em parceria com o Ministério da Cultura, Correios e com o Banco do Brasil e conta com obras de arte, cartazes, fotografias e depoimentos em vídeo. A entrada é gratuita. No Centro Cultural Banco do Brasil, uma “linha do tempo” contará a história da resistência à ditadura militar que foi instaurada no Brasil em 1964 e que permaneceu no poder até a eleição indireta de Tancredo Neves, em 1985.
Nesse período, muitos intelectuais, artistas, sindicatos, estudantes e diversos setores da sociedade civil lutaram pelo reestabelecimento da democracia no Brasil. A mostra reúne um expressivo conjunto de obras de arte e documentos históricos que apresentam a militância dos artistas denunciando abusos e crimes da ditadura.
Entre os painéis da exposição está a coleção de Alípio Freire, jornalista e ex-preso político, que reuniu obras de artistas plásticos como Sérgio Freire, Flávio Império, Sérgio Ferro e Takaoka produzidas no período de cárcere, no presídio Tiradentes, em São Paulo. A mostra traz também ilustrações de Rubem Grilo, ilustrador de publicações como Movimento, Opinião e Pasquim da década de 1970.
A exposição extrapola os limites do CCBB e alcança também o Centro Cultural dos Correios, que recebe parte do acervo dos fotojornalistas Luis Humberto e Orlando Brito, que têm uma participação importante nos registros da história do País. Ambos registraram fotos na ditadura que expressavam o cotidiano político brasileiro. Muitas dessas imagens foram censuradas e só mais tarde se tornaram conhecidas.
“Resistir é preciso” possibilita aos jovens conhecer melhor as lutas pela reconstrução democrática, ocorridas nas décadas de 1960 a 1980, incluindo as diversas correntes de oposição ao regime militar. A atuação da imprensa na clandestinidade, no exílio e nas bancas faz parte de um cenário pouco conhecido pelo público atual, apesar de ter cumprido um papel relevante durante todo o processo de redemocratização do país.
Após São Paulo, a mostra passará também pelo CCBB Rio de Janeiro, de 12 de fevereiro a 7 de abril de 2014, e CCBB Belo Horizonte, de 5 de agosto a 5 de outubro de 2014.
Ficha Técnica
Concepção Geral: Instituto Vladimir Herzog
Curadoria Geral: Fabio Magalhães
Curadoria adjunta: Vladimir Sacchetta e José Luiz Del Roio
Coordenação de Produção: Ana Helena Curti – arte3 |assessoria produção e marketing cultural ltda
Projeto Expográfico: Pedro Mendes da Rocha – arte3
Projeto Multimídia: Estúdio Preto e Branco
Comunicação Visual: Chico Homem de Melo
Serviço
CCBB São Paulo
Aberto de quarta a segunda das 9h às 21h
R. Álvares Penteado, 112 – Sé, São Paulo – SP, 01012-000
(11) 3113-3651 e 3113.3652
Centro Cultural Correios
Aberto de terça a domingo das 11h às 17h
Avenida São João, s/nº, Vale do Anhangabaú, São Paulo-SP, 01031-970
Telefone: (11) 3227-9461
Sobre o Instituto Vladimir Herzog
Criado em 25 de Junho de 2009, o Instituto Vladimir Herzog tem a missão de contribuir para a reflexão e produção de informações que garantam o direito à vida e o direito à justiça. Sua fundação se inspirou na trajetória de vida do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 pela ditadura, bem como nos principais valores ligados a essa trajetória: democracia, liberdade e justiça social.
Tendo como bandeira a frase de Herzog “Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados”, o Instituto é uma OSCIP, organização sem fins lucrativos, com neutralidade político-partidária.