Familiares denunciam mortes e desaparições forçadas em Honduras

Familiares de vítimas de violações de direitos humanos ocorridas desde 2009 até hoje, se reuniram com integrantes da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) para reafirmar sua sede de justiça e denunciar, mais uma vez, casos de assassinatos, desaparições forçadas e perseguições por parte do atual governo.

Familiares denunciam mortes e desaparições forçadas em Honduras - Defensores en Linea

Luis Guillermo Pérez Casas e Magdalena Garcés são os integrantes da missão da FIDH que estão no país para ouvir as famílias e documentar os casos de violações de direitos humanos. Os depoimentos vão dar origem a um relatório que será entregue à Procuradoria da Corte Penal Internacional. Os representantes da missão vão ainda coletar informações com representantes de organizações sociais, autoridades do governo, do Ministério Público e representantes da União Europeia em Honduras.

Durante a reunião, foram denunciados casos como o do professor Félix Murillo López, assassinado em setembro de 2009. A vítima era testemunha do assassinato de outro professor e deveria ter sido protegido em virtude das informações que detinha, mas foi morto antes que isso acontecesse. A mãe do professor denunciou que quatro anos se passaram e o Ministério Público ainda não desvendou o caso ou puniu os culpados.

Outros casos mais recentes foram o do promotor de Choluteca, Manuel Eduardo Díaz, assassinado há cerca de um ano e o do camponês José Antonio López Lara, cujo cadáver foi exumado há poucos meses, mesmo tendo sido assassinado há mais de um ano. A exumação só foi possível por ação do Comitê de Familiares de Detidos – Desaparecidos em Honduras, (Cofadeh), já que não houve interesse ou iniciativa por parte do poder público em proceder com a ação.

Neptalí Esquivel sobreviveu a tiros disparados por um militar do Exército, em 2011, e esteve na reunião, mesmo com dificuldades para caminhar, a fim de dar seu depoimento. Esquivel foi atingido durante um protesto popular na comunidade de Planes. Apesar de ainda jovem, não consegue mais trabalhar por conta das sequelas dos disparos.

A presença dos representantes da missão da FIDH também rendeu novas denúncias. Segundo informações de ‘Defensores em Linea, Guillermo Pérez e Magdalena Garcés receberam de fontes confiáveis informações sobre atentados contra a vida do jornalista Esdras Amado López; de Rafael Alegría, Coordenador da Via Campesina Honduras; dos comunicadores sociais Juan Ramón Flores Hueso e Claudia Garmendia e do dirigente popular Anselmo Romero Ulloa.

Alguns receberam mensagens de celular com ameaças de morte, outros foram informados sobre os atentados iminentes por autoridades do Estado. Como característica comum eles têm a participação ativa na Frente Nacional de Resistência e a atuação no Libre, partido em que são candidatos a deputado.

Diante disso, a Federação Internacional chama o presidente Porfirio Lobo, o Ministro de Segurança, Arturo Corrales Álvarez, e demais autoridades competentes a garantir a vida e a integridade destas pessoas e de seus familiares, além de investigar e punir os responsáveis pelas ameaças e demais crimes já cometidos.

Fonte: Adital