Casa do Ceará, lugar de solidariedade
Dever de ajudar o próximo. Com esse objetivo foi criada, há 50 anos, a Casa do Ceará. O aniversário, comemorado no próximo dia 15, reafirma o desejo de perpetuar ainda mais este compromisso.
Publicado 07/10/2013 09:40 | Editado 04/03/2020 16:38
O lugar é conhecido por oferecer serviços essenciais, com valores abaixo do mercado ou até mesmo gratuito para aqueles mais carentes. Apesar do nome, é aberto para todos, sem distinção de naturalidade.
No Casa do Ceará são inúmeras atividades assistenciais, como a distri
buição de cestas básicas, óculos e roupas; assistência médica e odontológica; e 13 cursos profissionalizantes e de línguas para a comunidade.
Os custos dos serviços são simbólicos: uma consulta médica pode sair por R$ 50 e a limpeza de dentes, por R$ 30. Já os cursos têm mensalidades, em média, de R$ 100. Mas algumas pessoas acabam isentas dos valores.
Comemoração
Pelo aniversário, a Casa do Ceará terá uma sessão especial nas câmaras Legislativa e dos Deputados. O presidente da instituição, Osmar Alves de Melo, anuncia também o lançamento do livro “50 anos da Casa do Ceará em Brasília”. “A homenagem está sendo destinada aos 150 cearenses natos ou adotados que contribuiram para a consolidação de Brasília”, explica. Além disso, um jantar será oferecido aos homenageados.
A instituição filantrópica nasceu em 1963 graças a 26 fundadores. Destes, apenas um está vivo, o jornalista Fernando César Mesquita. A Casa existia no Rio de Janeiro, quando a capital do País era na região. Com a transferência para Brasília, ocorreu também a mudança da Casa do Ceará. “A instituição é uma extensão do Ceará e do Nordeste na capital. Temos a biblioteca com escritores cearenses, museu com acervos nordestinos, pinacoteca com obras de escultores e pintores da região”, observa Osmar. “Aqui não é só um ponto de encontro de cearenses, mas de prestação de serviço por meio de assistência e solidariedade”, completa o presidente da Casa, que é financiada por sua prestação de serviços e recebe, eventualmente, recurso governamental.
Compromisso
A secretária Maria de Fátima Azevedo, 70 anos, é a funcionária mais antiga da casa, com 32 anos de dedicação. “Comecei em 3 de novembro de 1981”, conta. “Eu amo este lugar”, completa a senhora carinhosamente chamada de Fatinha. Há 16 anos na casa, a também funcionária Eloísa Marques, 58 anos, é a melhor amiga dos 15 idosos acolhidos no abrigo. “Eles me transmitem muita coisa boa, eu amo estar com eles”, resume.
Os eventos, serviços e cursos oferecidos pela Casa do Ceará são abertos à comunidade do Distrito Federal e da Região Metropolitana.
O curso de corte e costura, também oferecido na Casa, é cheio não só de alunas, mas também de alegria. A funcionária pública Ana Cláudia Oliveira, 54 anos, explica que se aventurou nas aulas não para seguir uma profissão, mas para aprender algo novo. “Eu cheguei há quatro meses e não sabia nem colocar uma agulha na linha”, conta. Agora, a história é outra. “Eu me dedico tanto que já consigo fazer peças inteiras”, comemora.