Extinção de espécies: Fauna do planeta está morrendo
O dia 4 de outubro é o Dia Mundial dos Animais. O problema da conservação da diversidade biológica é atualmente um dos mais urgentes do planeta. Segundo especialistas, quase um quinto dos organismos vivos está sob ameaça de extinção.
Publicado 04/10/2013 16:13
A cada hora, no mundo desaparecem três espécies de animais. O planeta está vivendo uma crise que consiste na rápida redução do número de espécies. Isto é especialmente relevante para mamíferos, destaca a diretora da representação de Moscou do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW) Maria Vorontsova.
“Sob ameaça de extinção estão rinocerontes, elefantes, tigres. No mundo restam apenas dois mil e setecentos tigres. No Extremo Oriente da Rússia vivem tigres do Amur, eles não são mais de quatrocentos. Lá vive também uma espécie maravilhosa de leopardos. Restam apenas 30-40 indivíduos. Também diminuiu bruscamente a população de saigas, que ainda há 20 anos eram cerca de dois milhões. No território da Rússia permanece um rebanho de entre três e cinco mil, e no total restam apenas 180 mil delas. Aparentemente, está diminuindo o número de ursos polares e morsas, que vivem no mar de Laptev.”
A redução do número de animais está ocorrendo em todo o mundo. Nos últimos 500 anos, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla inglesa), desapareceram completamente mais de 840 espécies de animais. Segundo diferentes estimativas, a extinção de animais está acontecendo cem ou até mesmo mil vezes mais rápido do que a taxa normal do processo evolutivo.
Isto é principalmente devido à interferência antrópica, ou seja, do homem. O aquecimento global provoca alterações climáticas irreversíveis e, como consequência, a extinção de espécies. Por outro lado, continua a urbanização de terras, desmatamentos em massa, a expansão de terras agrícolas.
Além disso, o homem está consumindo ativamente representantes do mundo animal. O mercado de comércio de plantas e animais está crescendo com incrível rapidez. São necessários séculos para o restabelecimento de suas populações.
“Diminuiu drasticamente o número de elefantes. Cada ano, caçadores furtivos matam na África até 60 mil elefantes. Matam-nos pelo marfim, que hoje é muito apreciado no Sudeste Asiático e na China. E o dinheiro assim ganho vai principalmente para apoiar organizações terroristas. Foi recentemente capturado um centro comercial em Nairóbi. A organização que se apoderou dele veio da Somália. Acredita-se que até 40 por cento do dinheiro que ela usa em atividades terroristas vem do comércio ilegal de marfim e da caça furtiva, na qual eles participam ativamente”, diz Maria.
Na Rússia, as autoridades não só combatem a caça furtiva mas também implementam diversos projetos de conservação de espécies raras de animais e pássaros. Entre eles, o projeto Morsas Árticas. As são habitualmente divididas em três subespécies, diz o coordenador de projetos de conservação da biodiversidade no Ártico da WWF da Rússia, Mikhail Stichov.
“A morsa do Pacífico habita o mar de Bering e o mar Siberiano Oriental. É uma morsa de pesca, com ela está tudo bem. A morsa do Atlântico habita na Groenlândia e no oriente do Canadá. Na Rússia, nos mares de Barents e de Kara. A população da morsa do Atlântico é pouca, mas não se sabe ao certo quantas são. Por isso, já durante vários anos nós estamos tentando descobrir locais de seu habitat. Encontramos novas colônias na ilha de Vaigach, no arquipélago de Nova Zembla. Agora começamos observações por satélite. Temos informações sobre como se movimentam as morsas no mar de Barents.”
A terceira subespécie habita as águas do mar de Laptev. Ela é a mais misteriosa. É possível que elas pertençam à espécie morsa do Pacífico. Isso ainda terá que ser averiguado.
Para proteger a população de morsas, cientistas precisam ter dados sobre os locais onde elas vivem. A genética ajudará a responder a essa pergunta.
Os cientistas conseguiram extrair amostras de material genético de morsas do Atlântico e do Pacífico. E a expedição realizada este ano permitiu colher amostras também da terceira subespécie, incluída na Lista Vermelha.
Até o inverno, o Instituto de Genética vai obter dados exatos sobre como essas subespécies são ligadas umas às outras. É possível que esses estudos permitam salvar essa espécie da extinção.
Fonte: Voz da Rússia