Associação com a União Europeia custará caro à Ucrânia
165 bilhões de euros durante 10 anos é quanto custará à Ucrânia a colocação dos regulamentos técnicos de produção de acordo com as exigências da UE. É necessário realizar estes procedimentos depois da decisão de Kiev de entrar no caminho da integração econômica com a Europa. O primeiro-ministro ucraniano Mykola Azarov não perde as esperanças de que os europeus partilhem com seu país tão pesada carga financeira.
Publicado 04/10/2013 19:12
A questão da ex-primeira-ministra Iúlia Timochenko pode ser um obstáculo no caminho da Ucrânia para a Europa. A exigência de sua libertação não está registrada nos documentos oficiais. Mas, representantes da UE deram a entender que, sem a solução desta questão, a assinatura do acordo de associação pode não ocorrer.
Na opinião do chefe do gabinete ucraniano, o Estado terá um enorme trabalho de “reformulação de toda a economia em novos padrões”.
A Ucrânia conta com apoio técnico-financeiro da União Europeia na criação da zona de comércio livre, que está prevista pelo tratado de associação. O documento deve ser assinado muito em breve. No entanto, o chefe da representação da UE na Ucrânia, Ian Tombinsky, trabalha com números muito mais modestos.
Assim, caso o tratado entre em vigor, os europeus estão dispostos a destinar a Kiev apenas 45 milhões de euros para a realização de reformas durante os próximos dois anos. Ainda é uma grande questão saber se futuramente o país irá receber os bilhões do apoio prometido.
Em Moscou salientam que a “viragem” dos projetos de integração euro-asiáticos para o lado da UE privará a Ucrânia de vantagens substanciais na esfera da energia e também obrigará a Rússia a adotar medidas de proteção na fronteira contra o afluxo de mercadorias europeias baratas, que pode inundar a Rússia, Cazaquistão e Bielorrússia, através do território ucraniano.
Ninguém põe em dúvida a escolha geopolítica da Ucrânia a favor da UE. Em todo o caso, Kiev oficial explica sua decisão justamente com a preferência da população, sendo que dados sociológicos indicam que o número de partidários deste ou de outro projeto dividiu-se aproximadamente pela metade.
Não se exclui que esta questão estratégica seja colocada em referendo. Mas, além da política, resta a economia. A associação à UE pode trazer à Ucrânia um certo afluxo de investimentos e de empresários ocidentais.
No outro prato da balança estão os mercados promissores dos países a leste de Kiev, onde vivem 170 milhões de pessoas, dispostas a comprar a produção ucraniana. E isto sem levar em consideração as vantagens em produtos energéticos, tão necessárias para a indústria ucraniana, que Moscou prometeu reiteradas vezes em caso de adesão à União Alfandegária.
Por enquanto, não se sabe quem na Ucrânia é capaz de avaliar objetivamente todos os prós e contras e tomar uma decisão ponderada, decisão que irá determinar a história ulterior desse país.
Fonte: Voz da Rússia