Haitianos protestam contra presidente e exigem eleições
Milhares de manifestantes saíram, nesta segunda-feira (30), às ruas de Porto Príncipe para protestar contra as políticas do presidente Michel Martelly e para exigir a realização de eleições para este ano. Partidários do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, destituído após um golpe de Estado, também saíram às ruas para lembrar o 22º aniversário do golpe.
Publicado 01/10/2013 17:38
eleições parciais neste ano/ Foto: Ap
A manifestação foi convocada no início deste mês pelo Movimento Patriótico da Oposição Democrática (MoPod), uma nova coalizão que reúne onze organizações políticas formadas para denunciar os abusos de poder cometidos pela atual administração.
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Marteli tem o apoio dos EUA, que desempenharam papel protagonista no golpe de estado eleitoral que resultou em sua eleição. No país, Marteli é conhecido por seus estreitos relacionamentos com os grupos paramilitares, assim como com o Exército do Haiti, declarado coparticipante dos dois golpes de estado contra o presidente Jean-Bertrand Aristide, tanto em 1991, quanto em 2004.
Fraude eleitoral
Na eleição em que foi Marteli foi eleito houve fortes evidências de fraude. O presidente da Comissão Eleitoral, Pierre Tibot, declarou-o vencedor do segundo turno das eleições presidenciais, com os mesmos percentuais que os resultados do primeiro turno: 67,57% para Marteli e 31,5% para sua adversária, ex-primeira-dama e senadora Mirland Maninga.
O maior partido, Fanmi Lavalas, de Aristide, foi excluído imediatamente após as eleições. As denúncias de eleições-paródia foram ignoradas, enquanto predominaram as ameaças dos paramilitares de Marteli: "Se Marteli não for eleito haverá guerra civil".
Protestos
A manifestação desta segunda-feira (30) coincidiu com o 22º aniversário do golpe de Estado contra o presidente Jean Bertrand Aristide, que voltou ao poder três anos mais tarde por obra de fuzileiros navais dos EUA.
Para lembrar a data, centenas de partidários do Fanmi Lavalas também tomaram as ruas da cidade, sob forte patrulhamento da polícia.
O país tem sido palco de protestos esporádicos desde setembro de 2012, especialmente contra as políticas governamentais, a insegurança pública e o alto custo de vida.
Nas últimas semanas, os manifestantes também começaram a reclamar e a exigir a realização de eleições neste ano. A marcha foi precedida por outra realizada em 11 de setembro, e outras que ocorreram em meados de agosto.
O país enfrenta um atraso significativo na convocação de eleições para um terço do Senado (dez deputados), 142 vereadores e 570 congressistas em todo o país, em uma eleição que deveria ter sido realizada no início do ano passado.
Da Redação do Vermelho,
com informações do La Jornada