Marney Eduardo: Elysium e o Gigante

Por *Marney Eduardo

As fantasias americanas de consumismo como meio e caminho para a felicidade e de representantes da paz e da democracia vêm sendo criticadas de forma indireta através de alguns filmes. Tivemos o lançamento, nesses dias, do filme Elysium que trata da luta de classes no ano de 2159 onde, na Terra, haveria uma superpopulação com muitos problemas e explorados pelos ricos, que aqui viviam, mas que preferiram preservar seu estilo de vida luxuoso criando uma estação espacial (Elysium) que oferece todo o suporte de paz, saúde e segurança para a população.

Dentre os motivos que levam o protagonista a luta é para devolver a igualdade entre os povos que foram impedidos de receberem assistências básicas como todo ser humano deveria ter conforme os organismos internacionais.

No Brasil desde o começo do ano tivemos as nossas ruas invadidas por saudáveis manifestações, com causas bem diversas mas sem direcionamento nem liderança política definida.

Motivados por preconceitos, esses manifestantes foram cobertos de críticas e agressões por parte da mídia e de alguns setores do Estado.

Mas um dos piores erros cometidos contra esses manifestantes e por parte de alguns deles foi querer afirmar que o ´Gigante´ que estava adormecido teria despertado, o que é uma mentira descabida.

Cito três gerações de manifestações: contra a ditadura e pela Abertura Política, pela Diretas Já e pelo impeachment do presidente Collor, geração caras pintadas.

Por fim, defendo a educação assim como a organização social e política como formas de libertação do povo que no caso do filme citado teve que ir às ultimas consequências indo para a luta armada.

O Gigante nunca esteve adormecido.

*Marney Eduardo é professor universitário

Fonte: Diário do Nordeste

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