Conselho de Segurança aprova resolução de armas químicas na Síria

Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprova resolução que prevê eliminar armas químicas da Síria. Votação da noite de sexta-feira (27) ocorreu por unanimidade, após longa negociação entre Rússia e Estados Unidos. A resolução condena o uso de armas químicas na Síria e adverte o governo de Damasco de que haverá "consequências" caso descumpram os compromissos internacionais.

Os quinze membros do principal órgão da ONU votaram a favor da resolução desenvolvida por Estados Unidos e Rússia, anunciou a Presidência rotativa do Conselho, da Austrália.

A votação aconteceu às 20h16 (local, 21h16 em Brasília) após a superação do último empecilho com a aprovação por consenso do plano da Organização para a Proibição das Armas Químicas para a eliminação do arsenal químico sírio. Na sala se encontravam presente os chefes da diplomacia dos cinco países membros permanentes do Conselho: o norte-americano John Kerry, o russo Serguei Lavrov, o chinês Wang Yi, o francês Laurent Fabius e o britânico William Hague, além dos líderes dos países rotativos.

Os Estados Unidos, com o apoio da França e do Reino Unido, propunham um texto que invocasse o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que daria margem a sanções e inclusive ao uso da força, mas teve a oposição da Rússia, tradicional aliada de Damasco.

O texto final optou por fazer menção ao Capítulo 7, mas o sujeitou a aprovação de uma segunda resolução, e estabelece que haverá "consequências" se Bashar al Assad não cumprir seus compromissos internacionais. "Em caso do descumprimento se imporão medidas sob o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas", que regula a imposição de sanções e inclusive o uso da força autorizada pelas Nações Unidas.

O presidente sírio, Bashar Al Assad, renovou, em entrevista à Telesur, o compromisso de cumprir o acordo que prevê a destruição do arsenal químico do país e não colocar obstáculos ao processo.

"A Síria compromete-se, geralmente, com todos os acordos que assina. Recentemente apresentou o inventário [do arsenal de armas químicas] à Organização para a Interdição de Armas Químicas (Oiac) e, brevemente, os especialistas vão visitar a Síria", disse Assad, na entrevista em Damasco, divulgada na quinta (26), na íntegra, pela agência oficial Sana. "No que toca ao governo sírio, não haverá realmente obstáculos", garantiu.

A resolução também condena de forma enérgica o uso de armas químicas pela Síria, em particular o ataque do dia 21 de agosto, "como uma violação do direito internacional", e determina que seu uso é "uma ameaça para a paz e segurança internacional".

Na entrevista, o presidente sírio disse também que não descarta a possibilidade de uma intervenção militar dos Estados Unidos em seu país. "A possibilidade de os Estados Unidos lançarem um ataque contra a Síria ainda é real. Seja sob o pretexto das armas químicas, seja por outra coisa qualquer", destacou.

"Se olharmos guerras anteriores, pelo menos a partir da primeira metade dos anos 50, vemos que a política dos Estados Unidos passa de uma agressão para outra. Essa política não mudou e não vejo agora uma razão em particular para que mude", avaliou Bashar Al Assad.

Fonte: Opera Mundi, EFE e Agência Brasil