Chefe da agência da ONU para refugiados palestinos vem ao Brasil

O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Filippo Grandi, chega ao Brasil na segunda-feira (30). Durante sua estadia no país, Grandi terá encontros com representantes governamentais e parlamentares, da sociedade civil e da academia em São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro. As informações são divulgadas nesta quinta-feira (26) pela ONU.

UNRWA - UNRWA

Em São Paulo, na segunda (30), Grandi participa do lançamento de uma campanha de arrecadação de fundos para a UNRWA, organizada pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

Já no dias 1º e 2 de outubro, em Brasília, o comissário-geral deve se encontrar com diversas autoridades, incluindo o vice-presidente do Brasil, Michel Temer; o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo; a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário; e senadores e deputados federais, membros das comissões de relações exteriores da Câmara de Deputados e do Senado.

Em Porto Alegre, no dia 3, Grandi se encontrará com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e visitará um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outras atividades.

No dia 4, na cidade do Rio de Janeiro, o comissário-geral proferirá uma palestra sobre o conflito na Síria e o impacto na situação dos refugiados da Palestina na PUC. Às 11h30 receberá jornalistas em coletiva de imprensa no Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), quando fará um resumo de sua viagem.

O Brasil e a UNRWA

Esta é a segunda visita oficial do comissário-geral ao Brasil, onde esteve em agosto de 2012. Em 2013, o Governo brasileiro fez uma doação de 11.500 toneladas de arroz à UNRWA, que vai cobrir as necessidades dos refugiados da Palestina que necessitam de ajuda alimentar nas áreas de operação da Agência. Essa contribuição cobre os requisitos de todo o ano de 2014. Uma doação de medicamentos também está sendo contemplada.

Reconhecendo as necessidades crescentes dos refugiados da Palestina e a escassez de recursos da UNRWA para fazer face a tal demanda, o Brasil aumentou substancialmente sua contribuição financeira, totalizando cerca de 8,4 milhões de dólares em 2011 e 2012. Esse montante posiciona o Brasil entre os principais doadores da Agência.

Além da solidariedade do Governo, os refugiados da Palestina, através da UNRWA, também têm tido demonstrações de apoio de outros setores da sociedade brasileira. A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, com sede na cidade de São Paulo, por exemplo, está organizando uma campanha de arrecadação de fundos entre seus associados e amigos.

A campanha, que será anunciada formalmente em 30 de setembro, deverá ocorrer no mês de novembro e os recursos arrecadados serão destinados ao programa de saúde da Agência. A UNRWA atende regularmente a 3 milhões de refugiados da Palestina em suas clínicas.
Sobre a UNRWA

A UNRWA atua em educação, saúde, serviços sociais e de assistência, infraestrutura e melhoria dos campos de refugiados, microfinanças e assistência em emergências, inclusive em momentos de conflito armado.

Esses serviços estão disponíveis para todos os que vivem nas cinco áreas de operação da Agência (Gaza, Cisjordânia, Líbano, Jordânia e Síria), desde que se enquadrem na definição de refugiados da Palestina, que sejam registrados na Agência e que precisem de atendimento.

A Agência foi estabelecida pela Assembleia Geral da ONU em 1949, começando a operar em maio de 1950. Ao longo de mais de 60 anos tem desempenhado papel essencial no fornecimento de serviços e proteção para que refugiados da Palestina alcancem o seu potencial de desenvolvimento humano nas circunstâncias difíceis em que vivem, no aguardo de uma solução justa para sua situação.

Quase todo o financiamento da UNRWA provém de contribuições, a maioria de países doadores. A Agência também recebe doações de indivíduos e faz parcerias com outras instituições. Só em 2012, doadores individuais contribuíram com mais de 1,6 milhão de dólares.

Fonte: ONU