"Guerrilha impulsionou a paz na Colômbia", diz membro das Farc
O diálogo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) e o governo de Juan Manuel Santos avança apesar da retórica governamental, segundo disse Jesús Santrich, membro da delegação guerrilheira.
Publicado 24/09/2013 10:00
Com o fim do 14º ciclo de conversações entre as Farc e o governo colombiano, “todos os passos dados pela guerrilha impulsionaram o processo de paz”, afirmou Santrich à agência de notícias Prensa Latina. Para ele, o respeito à bilateralidade e a contraparte é vital para o bom desenvolvimento do diálogo.
“Desde que começamos a trabalhar o segundo ponto da agenda, ou seja, a participação política, o governo defende fortemente dois temas: o refendo e o marco jurídico para a paz”, comentou o membro das Farc, que chamou a atenção para “a apresentação unilateral por parte do governo de um refendo que sirva para ratificar um eventual acordo de paz”.
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A força insurgente entende que a Constituinte é o caminho para alcançar um verdadeiro tratado de paz, justo e obrigatório para as partes, que assegure a reconciliação. “Contamos com elementos suficientes para convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, que é uma instancia para analisar e discutir, diferente do referendo”, assinalou Santrich.
Já sobre o marco jurídico para a paz, o líder insurgente considera que é um “obstáculo” ao processo, porque “o governo se coloca como juiz para definir o destino dos guerrilheiros”. Santrich disse que “querem colocar a responsabilidade de qualquer estancamento ou retrocesso do diálogo nas costas da guerrilha”.
Ele avalia a negociação de maneira positiva, mesmo com os impasses criados pelo governo da Colômbia. Segundo ele, “a participação política avançou e o maior aporte saiu da agenda das Farc, com 88 propostas mínimas completadas”, assim como “as 100 propostas mínimas para a questão agrária, completadas para conseguir a participação popular”.
No dia 19 de novembro de 2012, as partes iniciaram as negociações pelo fim do conflito em Havana, capital de Cuba, baseadas em uma agenda de seis pontos que foi acordada após seis meses de conversas exploratórias. O primeiro acordo veio em maio deste ano, quando as Farc e o governo anunciaram formalmente a definição de uma política de desenvolvimento agrário integral.
Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina