Ministro sionista exige revisão da liberação de palestinos presos

O ministro da Economia israelense e líder do partido sionista Lar Judeu, Naftali Bennett está liderando um esforço para suspender a libertação de prisioneiros palestinos, após a morte de dois soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI) neste final de semana. Bennett defende as colônias judias em territórios palestinos e é contrário às negociações com os palestinos. Nesta segunda-feira (23), ele e mais seis ministros enviaram uma carta ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Naftali Bennett - Emil Salman / Haaretz

Os soldados foram mortos em eventos distintos, quando realizavam ações na Cisjordânia, território palestino. No sábado (21), o soldado Tomer Hazan foi encontrado morto em Qalqilya, e no domingo (22), Gal (Gabriel) Kobi levou um tiro perto da cidade de Hebron. Ambos faziam parte das forças de segurança israelense, que realizam ofensivas rotineiras em territórios palestinos.

Bennett e seus companheiros do partido Lar Judeu, os ministros Uri Ariel e Uri Orbach também listaram o apoio do ministro do Likud (partido de direita conservadora do premiê Netanyahu), Yisrael Katz, e três ministros do Yisrael Beiteinu (ultranacionalista, “Israel é nosso Lar”), Yair Shamir, Uzi Landau e Sofa Landver.

Os sete ministros enviaram a Netanyahu uma carta nesta segunda, para pedir uma reunião de governo o mais breve possível, para a discussão sobre a política de liberação de prisioneiros (no contexto das negociações de paz com os palestinos), à luz dos dois eventos.

No funeral de um dos soldados, Bennett disse: “lutaremos para desenraizar a noção de que assassinos podem ser liberados assim. Os assassinos serão severamente punidos, e nós faremos tudo ao nosso alcance para impedir a possibilidade de que sejam um dia liberados”.

Bennett disse ainda: “Não deixaremos que o sangue judeu seja a commodity mais barata no Oriente Médio”, dando continuidade às suas declarações ultranacionalistas de vitimização dos judeus, em detrimento da ocupação criminosa e contínua dos territórios palestinos.

No mês passado e neste mês, seis civis palestinos foram mortos em protestos e ofensivas das forças israelenses, nos campos de refugiados em Jenin e em Calândia, também na Cisjordânia. As mortes intensificaram protestos contra as negociações entre a Autoridade Palestina e os israelenses, uma vez que o governo de Israel segue mantendo uma ocupação militar sobre todos os aspectos da realidade palestina.

A libertação de 104 prisioneiros políticos palestinos (muitos presos há cerca de 30 anos) é um dos pontos negociados para a continuidade das conversações entre israelenses e palestinos, em um processo de fases, “de acordo com o progresso das negociações”, de acordo com o governo de Netanyahu.

A detenção arbitrária e ilegal de civis e as condições às quais são sujeitos nas prisões militares israelenses é um dos pontos fundamentais da questão palestina atualmente.

Com informações do Ha'aretz,
Da redação do Vermelho