Senador condena EUA por apoio a ditaduras militares

O senador João Capiberibe (PSB-AP) registrou em Plenário nesta quinta-feira (19) sua visita recente a Caracas, na Venezuela, onde participou de evento internacional em lembrança dos 40 anos do golpe militar no Chile e da morte de Salvador Allende, que classificou como "mártir da democracia latino-americana". O parlamentar chamou a atenção para o ciclo de regimes militares na América Latina que começou pelo Brasil, em 1964.

“Esses golpes têm uma característica comum: todos eles tiveram a presença ostensiva do governo americano, da CIA, das agências dos Estados Unidos, que trabalharam ativamente para desestabilizar e enterrar a democracia nesses países”, afirmou.

Capiberibe disse que os Estados Unidos buscaram desestabilizar o governo do presidente João Goulart, no Brasil, por vários meios, mas tiveram que "bater às portas dos quartéis". O senador e sua companheira, a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP), chegaram ao Chile como exilados em dezembro de 1971 e encontraram como disse, "um oásis de liberdade", com plena proteção dos direitos individuais – situação que comparou com a da Venezuela de hoje.

“Uma das identidades entre o processo chileno e o processo venezuelano é que, nesses dois países, a democracia está presente. Eu nunca vi tantas eleições como na Venezuela”, disse.

Capiberibe condenou a "pressão permanente" dos Estados Unidos contra a autodeterminação dos povos latino-americanos, citando as recentes denúncias de espionagem da qual a Petrobras e a presidente Dilma Rousseff teriam sido alvos, e atribuiu à democracia brasileira a redução das desigualdades sociais e a reinserção do país na agenda global.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado