Ceará: Primeiro dia de greve dos bancários paralisa 166 agências

No primeiro dia de greve, quinta-feira, dia 19/9, os bancários do Ceará aderiram em massa ao movimento paredista, como forma de pressionar banqueiros e governo federal por respeito às reivindicações da categoria. Nas agências de Fortaleza e do Interior do Estado, sob a orientação do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), os trabalhadores cruzam os braços durante todo o dia. Das 507 agências de todo o Estado, 166 paralisaram as atividades.

O presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra, saudou os colegas, “dos mais de 10 mil bancários que compõe a base da categoria no Ceará, uma parcela significativa já aderiu à greve no primeiro dia, com ajuda da CUT e das outras Centrais, além dos metalúrgicos, eletricitários, professores, comerciários, trabalhadores da agricultura, correios e servidores públicos. Todos conosco na luta, no enfretamento ao setor que mais lucra neste País – os bancos. É lamentável que por 10 anos seguidos os bancários tenham que ir à greve, um direito constitucional e cidadão, porque os bancos não querem avançar nas negociações, só querem concentrar renda, sem dar resposta para questões importantes que afetam os trabalhadores e os clientes: como segurança, saúde, emprego e remuneração”.

Na avaliação do diretor Marcos Saraiva, a intransigência é dos banqueiros e governo federal que não oferecem proposta decente para solucionar o confronto. “Pedimos aos clientes, a sociedade brasileira, que apóiem os trabalhadores bancários, pois pedimos melhores condições de trabalho, além de mais segurança para clientes e bancários. Sabemos que os bancos têm amplas condições de atender nossas reivindicações”.

Para o diretor Tomaz de Aquino, também coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, a greve começa forte, mas há resistência no Banco, dos gerentes médios. “O Sindicato está conversando, mostrando que a greve é legitima, é legal. Os bancários do BNB estão sensíveis ao movimento e já estão parados os caixas e pessoal de retaguarda”.

Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato, frisa que a greve acontece por irresponsabilidade e ganância dos banqueiros. Segundo ele, os bancários de bancos privados deram resposta com forte adesão, especialmente nos bancos que tem assento na mesa de negociação, como Itaú, Bradesco e Santander. “A tendência é de crescimento dessa adesão nos próximos dias”, garante Ribamar.

Reivindicações

A categoria quer reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação), Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15 e piso de R$ 2.860. Pede, ainda, fim de metas abusivas e de assédio moral que adoece os bancários.

A proposta da Fenaban é de reajuste de 6,1% (inflação do período pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc). A proposta é de PLR de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61.

Fonte: SEEB/CE