Governo da Colômbia e Farc avançam no diálogo pela paz
Os negociadores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) e representantes do governo colombiano finalizaram nesta quinta-feira (19) o 14º ciclo de conversações pelo fim do conflito armado, no qual trataram temas relacionados à participação política, em Havana (Cuba). Em breve, as partes devem apresentar um comunicado conjunto sobre o encaminhamento do diálogo de paz.
Publicado 19/09/2013 11:52
Durante o período em que estiveram reunidos, os negociadores da guerrilha e do governo centraram suas propostas no segundo ponto da agenda e deixaram de lado tópicos abordados em ciclos de conversa anteriores. Trata-se de uma estratégia para avançar no processo de paz.
A guerrilha apresentou várias propostas referentes à participação política dos setores sociais excluídos e ao direito de manifestar-se. Dentre as sugestões do grupo está o fim da criminalização de movimentos políticos.
Pacto Nacional Agrário
As Farc também se posicionaram de maneira contrária ao Pacto Nacional Agrário impulsionado pelo presidente Juan Manuel Santos, qualificando o projeto como uma “reunião de engravatados”.
Farc pedem que o governo colombiano integre Comissão da Verdade
Farc-EP propõem o fim da criminalização de movimentos políticos
“Acredito que o presidente deve escutar aqueles que vivem em nossas zonas rurais, que são os que sofrem com os Tratados de Livre Comércio e com as medidas neoliberais”, declarou um dos negociadores do grupo guerrilheiro.
Da mesma forma, as Farc condenaram a repressão militar exercida pelo governo sobre o protesto durante a greve agrária, que teve um saldo, estimado pela guerrilha, em 17 mortos e 850 feridos.
“Os problemas que deixam o povo mais humilde insatisfeito e reclamando por justiça não podem ser tratados com medidas de repressão militarista”, disse o membro da equipe de negociação das Farc, Pablo Catatumbo.
Participação política e referendo
Uma delegação de congressistas colombianos deve visitar Havana para discutir com a mesa de diálogos vários temas como o referendo, a constituinte e as garantias da participação política.
“Vamos a explicar aos congressistas nosso ponto de vista sobre o que deve ser a votação (sobre os possíveis acordos de paz)”, declarou o grupo guerrilheiro em um comunicado que explicou também que “o acordo geral indica que o ponto de votação deve ser discutido e ainda não o fizemos”.
Sobre isso, o negociador Iván Márquez, assegurou durante o 13º ciclo de negociações que “um acordo de paz não é um assunto para se resolver ou definir de maneira unilateral, assim como o mecanismo de referendo não é um aspecto que se resolve somente pelo governo”.
Comissão da Verdade
As Farc reiteraram nesta quarta-feira (18) o convite ao governo colombiano para que este integre a Comissão de Revisão e Esclarecimento da Verdade da História do Conflito Interno.
“O governo deve fazer todo o esforço possível para realizar a integração desta Comissão, que deve responsabilizar inevitavelmente aqueles que fizeram parte do conflito, não só os guerrilheiros”, disse Laura Villa, integrante da delegação guerrilheira.
Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina