Bancários da Bahia devem confirmar greve em assembleia na quarta

Deflagrar a greve a partir de quinta-feira (19), definir as estratégias de mobilização e amarrar os últimos detalhes. Esses são alguns dos motivos que levam os bancários da base do Sindicato dos Bancários da Bahia para uma assembleia na quarta (18), às 18h, no Ginásio de Esporte, Ladeira dos Aflitos, em Salvador.



Assembleia no Ginásio de Esporte, Ladeira dos Aflitos, na quinta-feira (12), rejeitou a proposta da Fenaban / foto: Bancários da Bahia-divulgação

Durante a assembleia anterior, ocorrida na quinta-feira (12), o sentimento de revolta com a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) era notório. Diante do descaso dos bancos, a categoria se une e vai fazer, em mais um ano, uma greve forte. A Fenaban propõe 6,1% de reajuste, que mal repõem a inflação do período (6,091%).

Nas negociações, a postura da federação foi vergonhosa. O reajuste de 11,93% foi ignorado. Outros pontos da pauta também foram tratados com desleixo, como o piso salarial de R$ 2.860,21, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de cinco salários mais R$ 5.553,15, além de valorização e melhores condições de trabalho, que incluem fim das metas e do assédio moral e mais segurança. Outra exigência da categoria é a cota de 20% de negros nas contratações.

Os bancários da Bahia decidiram aderir ao movimento nacional e cruzar os braços a partir de quinta (19) para forçar a flexibilização dos banqueiros na negociação. De acordo com o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, mais uma vez, os banqueiros levaram a categoria radicalizar e iniciar uma paralisação. “Estamos lutando não apenas por reajuste, mas por melhores condições de trabalho e atendimento ao público”. O presidente do SBBA, Euclides Fagundes Neves, reforça. “Estamos preparados. Será uma greve forte e combativa. Não vamos aceitar esta proposta indecente da Fenaban”.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a proposta dos banqueiros está longe da capacidade das organizações financeiras, já que o setor financeiro é o mais rentável da economia nacional e a lucratividade bilionária anual permite um acordo bem mais justo. Inclusive, uma melhor distribuição dos resultados ajuda, não só a melhorar o emprego, mas a qualidade de vida dos trabalhadores e o desenvolvimento do país.

Com informações do Sindicato dos Bancários da Bahia