Manifestantes pedem demissão de capitão da PM
Em vídeo gravado durante o Sete de Setembro, o capitão do BP Choque Bruno Rocha admite uso de spray de pimenta “porque quis”.
Publicado 13/09/2013 08:54 | Editado 04/03/2020 16:39
Entre 50 e 70 pessoas participaram, na noite desta quinta-feira, de um protesto em frente ao 1º Batalhão de Polícia Militar, no Setor de Áreas Isoladas 4, na Asa Sul. Eles pediram a demissão do capitão do BP Choque Bruno Rocha, flagrado admitindo uso arbitrário de spray de pimenta contra manifestantes. Eles ocuparam a faixa de acesso à 315 Sul e seguiram em direção à estação de Metrô da 114, onde se dispersaram, por volta de 21h. O trânsito flui sem congestionamento.
O capitão Bruno foi filmado durante os protestos no feriado de Sete de Setembro. Questionado sobre a ação, disse que lançou o spray “porque quis” e emendou: “Pode ir lá (na Corregedoria da PM) denunciar”.
A PM não fez nenhum tipo de mobilização para conter os jovens, que não ameaçam invadir o local. Foi instaurado nessa segunda-feira (9/9) um Inquérito Policial Militar (IPM) para apuração de suposto abuso de autoridade, transgressão disciplinar e crime militar. A conduta do capitão será também investigada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
PMs dizem que não houve excesso
Integrantes das Associações da Polícia Militar do Distrito Federal se reuniram nesta quinta-feira, pela manhã, para justificar o comportamento dos policiais militares do DF nas manifestações de 7 de Setembro.
Segundo o Major Raballo, Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar (ASOF), as ações foram legítimas. Além disso, Raballo afirmou que a Polícia é a favor das manifestações (pacíficas), mas, para ele, o protesto do dia da Independência foi apenas tumulto. “Nossos policiais agiram corretamente. Se as pessoas reivindicarem sem violência, nós não os enfrentaríamos. Mas não foi isso que aconteceu. Para cada ação, há uma reação”, explica.
“Sabemos que manifestações sempre foram presentes na capital, e a PM estará presente nestes protestos. Defendemos a democracia e os movimentos sociais, só não apoiamos a baderna. Como não nos defender se formos atacados?”, indaga o Coronel Gouveia, Diretor da CABE – Caixa Beneficente da Polícia Militar.
Casos como o do menino que foi preso por ter uma máscara dentro da mochila, ou como as pessoas que portavam bolinhas de gude nos bolsos, e até mesmo o caso do PM Bruno, lembrado por ter dito que jogou spray de pimenta nos manifestantes “porque quis”, foram ressaltados, mas nenhum respondido. De acordo com o Major Raballo, “se estas ações forem consideradas ilegais, serão investigadas”.
O Tenente Ricardo Pato, Presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, encerrou a reunião esclarecendo que “as ações da PM não foram consideradas truculentas, e que a polícia não é despreparada”, e frisou: “O brasileiro precisa definir que tipo de Polícia ele quer nas ruas.”