Rússia e EUA discutem proposta sobre arsenais químicos da Síria
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov encontra-se com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta quinta-feira (12), em Genebra, Suíça, para discutir um acordo relativo às armas químicas da Síria, no desenvolvimento da proposta que fez ao chanceler sírio, Walid Muallem, na segunda-feira (9).
Publicado 12/09/2013 09:44
De acordo com fontes diplomáticas citadas pela Prensa Latina, ambas as autoridades tentarão chegar a um entendimento sobre a eventual resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o estabelecimento de uma base legal para a entrega do arsenal químico pelo governo do presidente sírio Bashar Al-Assad.
Na terça-feira (10), o presidente da Rússia, Vladmir Putin, afirmou que a iniciativa do seu Governo para um controle internacional do arsenal sírio só surtirá efeito se os EUA e seus aliados ocidentais desistirem do uso da força e abortarem a intervenção militar que vêm promovendo.
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Putin afirmou estar consciente das dificuldades de um desarmamento unilateral forçoso, neste caso, quando a nação prepara-se para uma ação militar.
O Reino Unido, a França e os Estados Unidos, principais propulsores da intervenção militar e das acusações contra o governo sírio, apresentaram ao Conselho de Segurança uma resolução formulada pelos franceses, e cuja redação se baseia no Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, relativa ao uso da força, para obrigar Damasco a respeitar as formulações da resolução.
Embora a Rússia tenha proposto a entrega do arsenal químico ao controle internacional e a Síria tenha se comprometido com mais essa solução política, em alternativa à intervenção militar, a resolução francesa mantém a retórica agressora, com ameaças belicosas para a eventual falha do governo sírio em cumprir com o formulado.
O Ministério de Relações Exteriores da Rússia manifestou seu desacordo com este projeto, que tenta responsabilizar as autoridades sírias pelo uso das armas químicas contra a população civil, ainda sem evidências demonstradas.
Em declarações recentes, o secretário de Estado norte-americano assinalou que nada mudou com relação ao chamado do presidente Barack Obama ao Congresso estadunidense, sobre a aprovação de um ataque militar “limitado” contra a Síria. A opção foi apenas suspensa em prol da proposta russa, como ressaltado pelo próprio Obama, em discurso desta terça.
Por outro lado, Moscou insiste em conciliar posições em torno da iniciativa de colocar sob a supervisão internacional o arsenal sírio, frente à postura dentro do Conselho de Segurança, onde é evidente a divisão entre os membros permanentes com relação a Damasco.
Sobre a proposta russa, Putin valorou-a como “um bom passo em direção à solução política da crise, na qual trabalharemos de forma conjunta com a Síria e com nossos colegas estadunidenses”.
No encontro entre o chanceler da Rússia e do secretário de Estado norte-americano está prevista a discussão do plano russo para a transferência do arsenal químico da Síria para a supervisão internacional e a sua posterior destruição, segundo fontes diplomáticas.
A Síria não é signatária dos tratados de proibição das armas químicas, uma vez que se reserva o direito de possuir recursos dissuasores face à posse de armas nucleares não declaradas pela vizinha Israel, que também não é signatária desse tipo de convenção.
Com Prensa Latina,
Da redação do Vermelho