Coreias anunciam data para reabertura de complexo industrial
Nesta quarta-feira (11), a República Popular Democrática da Coreia (do norte) e a República da Coreia (do sul), finalmente anunciaram um acordo, com data marcada, para a reabertura do complexo industrial de Kaesong, na fronteira entre os dois países. Será na segunda-feira (16), depois de cinco meses de suspensão das atividades, devido às tensões entre os dois países.
Publicado 11/09/2013 10:06
O anúncio de reabertura do complexo industrial, compartilhado pelos dois países, foi feito pelo ministro da Unificação da Coreia do Sul, ao fim de uma noite de negociações, mas ainda assim num tom contido, falando-se numa “tentativa”. Segundo o anúncio, as empresas sul-coreanas ficarão isentas do pagamento de qualquer tipo de impostos durante o resto do ano como forma de compensar os meses em que estiveram sem trabalhar.
A Coreia Popular fechou o complexo industrial em reação às sanções internacionais (apoiadas pela Coreia do Sul), que lhe foram impostas após os ensaios nucleares que efetuou, em fevereiro, na sequência do aumento das atividades militares conjuntas entre os sul-coreanos e os Estados Unidos.
Em meados de Agosto, ao fim de sete reuniões, os dois países já tinham anunciado um acordo para a reabertura do complexo, que é um símbolo da cooperação econômica entre os dois países, mas sem data. O seu encerramento terá provocado prejuízos de mais de um bilhão de dólares às empresas ali instaladas.
De acordo com o comunicado do Ministério da Unificação sul-coreano, os dois países concordaram em tomar medidas que facilitem o acesso de empresários da Coreia do Sul àquela zona comercial, segundo noticiou a agência Yonhap. A tentativa de abertura passará por uma feira, em outubro, com o objetivo de atrair investidores estrangeiros.
Kaesong é um lugar simbólico tanto para Seul (sul) como para Pyongyang (norte). Em abril, a suspensão das atividades industriais do complexo afetaram 123 empresas com mais de 50 mil norte-coreanos e centenas de quadros sul-coreanos. O complexo, aberto em 2004, também é uma importante fonte de divisas para a Coreia Popular, liderada por Kim Jong-Un.
As últimas reuniões de trabalho entre altos responsáveis dos dois países ocorreram há três anos. A última reunião interministerial data de 2007. Agora, quando se anunciaram as primeiras intenções de voltar a negociar, o Governo de Pyongyang declarou-se também disposto a repensar a retomada das visitas turísticas ao monte Kumgang e a discutir questões humanitárias como a reunião de famílias separadas pela guerra da década de 1950, um tema que continua sobre a mesa, já que decidiu-se dar prioridade a Kaesong.
A Guerra da Coreia, que decorreu entre 1950 e 1953, terminou com um cessar-fogo, e não com um tratado de paz, e são frequentes as situações de tensão, principalmente com o envolvimento direto e militar dos Estados Unidos, desde o episódio da década de 1950. Por outro lado, ambos os países têm sessões governamentais dedicadas à eventual reunificação da Coreia.
Com informações do Público,
Da redação do Vermelho